A tese levantada pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, na entrevista coletiva desta semana, de que delatores estariam
sendo incentivados a oferecer sua cabeça numa bandeja, já foi confirmada por
dois réus; em Brasília, o advogado Roberto Podval afirmou que seu cliente,
Mauro Marcondes, foi ameaçado: se não entregasse Lula ou seu filho Luis
Claudio, sua esposa seria presa – o que de fato aconteceu; agora, o advogado
Arnaldo Malheiros afirma que seu cliente, o pecuarista José Carlos Bumlai, só
está preso porque representa uma isca para se chegar ao "molusco
cafalópode", que "muitos gostariam de ver numa frigideira"; no
entanto, nem Marcondes, nem Bumlai têm demonstrado disposição em delatar Lula
Na entrevista que concedeu a diversos jornalistas
nesta semana, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma acusação grave: a de que
integrantes do Poder Judiciário estariam pressionando réus, presos
preventivamente, a entregar sua cabeça a prêmio, em acordos de delação
premiada.
– Eu já ouvi dizer que nas perguntas, nas delações,
o grande prêmio é falar o nome do Lula – disse o ex-presidente, ao responder a
primeira questão, feita por Gisele.
A tese levantada por Lula, aparentemente, começa a
se confirmar. Na semana passada, o advogado Roberto Podval afirmou que seu
cliente, o lobista Mauro Marcondes, réu na Operação Zelotes, foi ameaçado: se
não entregasse Lula ou seu filho Luis Claudio, sua esposa, a empresária
Cristina Mautoni, seria presa – o que de fato aconteceu.
Agora, foi a vez de outro réu, o pecuarista José
Carlos Bumlai, denunciar pressões para entregar a cabeça de Lula a
prêmio. Segundo Arnaldo Malheiros, que o defende na Lava Jato, Bumlai
apareceu na imprensa "como se fosse ele a isca perfeita para se conseguir
fisgar o peixe (ou melhor, o molusco cefalópode) que muitos queriam – e ainda
querem– na frigideira".
No entanto, nem Bumlai nem Marcondes parecem dispostos a entregar o
ex-presidente Lula. Executivo de montadoras, ligado à Anfavea, Marcondes não
sinalizou em nenhum momento nada que implicasse o ex-presidente. Bumlai, por
sua vez, afirma que o banco Schahin não permitiu que ele quitasse um empréstimo
com o banco, para que se tornasse "refém" – assim, o grupo Schahin,
que fez negócios bilionários na Petrobras, poderia explorar sua amizade com o
ex-presidente.
Brasil 247
Brasil 247
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!