Muito se tem falado a respeito das semelhanças entre os cenários políticos do Brasil de 1964 e do Brasil de 2016. Por isso, é interessante resgatar um pouco do que foi aquele momento da vida nacional.
52 anos atrás, o Brasil tinha como presidente João Goulart, o Jango. O presidente não era bem visto pelos conservadores da direita e por uma parte da imprensa (Globo, Estadão e Folha de São Paulo) e da classe média, pois apresentava inclinações políticas à esquerda, tomando medidas progressistas e populares.
João Goulart antes de se tornar presidente, foi ministro de Getúlio Vargas, quando aumentou o salário mínimo em 100%.
(Na condição de chefe de governo defendia reformas de base com viés popular).
Jango havia alcançado o poder após o estranho episódio da renúncia de Jânio Quadros, em 1961. Ele na condição de vice-presidente deveria, por direito, ter assumido a presidência da república logo após a renúncia de Jânio, mas foi impedido de assumir, ameaçado que foi de uma intervenção militar e o início de uma guerra civil.
O país passou então por uma rápida experiência de parlamentarismo, em que os poderes de Goulart eram bastante limitados. Mas após um plebiscito, o Brasil voltou ao presidencialismo e Goulart finalmente se tornou o presidente com plenos poderes.
O período de Goulart como presidente foi bastante breve e turbulento, com muitas greves, protestos e comícios marcantes.
A polarização política crescia enquanto a imprensa capitaneada pelos jornais O Globo, Folha e Estadão, (ainda não existia a revista veja) pediam a saída do presidente (fosse por impeachment ou por renúncia). As justificativas para isso são bastante familiares para o povo brasileiro, mesmo depois de meio século.
Naquela época, havia o confronto da Guerra Fria que, basicamente, dividia o mundo entre comunistas e capitalistas. (Estados Unidos de um lado e a União Soviética de outro lado).
A presença de um governo brasileiro de esquerda na América do Sul, inclinado a ampliar direitos sociais, promovendo as reformas de base que o Brasil necessitava para o seu desenvolvimento, tornava mais simples difundir a ideia capitalista de que havia uma ameaça comunista no país, desafiando, nesse pormenor, os Estados Unidos da América do Norte, o gigante imperialista, que tinham imensos interesses econômicos, financeiros e estratégicos no Brasil.
Outro motivo alegado para a deposição de Goulart, como em outros momentos na história do país, foi a corrupção, que diziam ter se tornado um problema sério naquele momento. Aqui, a semelhança de 1964 e 2016 se torna bastante evidente.
Com o ambiente instável e uma grande convulsão social no país – mais uma vez, parecido com o que aconteceu e acontece em 2015 e 2016 no segundo governo Dilma .
Grandes manifestações foram realizadas no Rio de Janeiro e outras grandes cidades, contra e a favor do governo. Em meio ao cenário turbulento, os militares intervieram no dia 31 de março de 1964 dando um golpe no governo.
O presidente João Goulart, sob a acusação de ser comunista, foi obrigado a se exilar no Uruguai para não ser preso ou assassinado.
Todas as forças favoráveis ao governo Goulart, seja nos meios militares ou políticos, não foram capazes de reagir.
O golpe estava dado e durou 21 anos de sofrimento e luto. (1964-1985).
O Brasil foi torturado e calado pela força da ditadura militar.
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