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O Governo espúrio do "Presidente" Temer

3/30/2016




A imprensa passou a noticiar que o vice-presidente da República, Michel Temer, já se considera o novo presidente em substituição a Dilma Rousseff. Ele já estaria discutindo, inclusive, nomes para a formação de um eventual governo.


O homem forte do suposto governo Temer será o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim. Seria nomeado Ministro da Justiça com uma missão importante, travar todas as investigações da Lava Jato e colocar subjugada a Polícia Federal. Na opinião do PMDB, considerado um dos partidos mais corruptos do Brasil, com Jobim como Ministro da Justiça “delegado não vai mandar em ministro”.

Com Temer no comando do país e colocando toda a investigação da roubalheira e da corrupção para debaixo do tapete, com a polícia federal sob controle e sendo “aparelhada” por delegados da confiança de Jobim, “os ministros de tribunais superiores se sentiriam menos "acuados", na opinião de profissionais do direito, e se encorajariam a tomar decisões contrárias às do juiz Sergio Moro”, conta a jornalista Mônica Bergamo.

Seria a implantação de um “governo bandido” para não investigar ninguém. No mínimo, criar entraves para as investigações em andamento. Temer deve seguir, segundo a jornalista, “o roteiro traçado por Lula para Dilma. Há alguns meses, o ex-presidente sugeriu que ela nomeasse Meirelles para a economia, Jobim para a Justiça e que mantivesse Temer "ocupado" em missões políticas. Lula e Temer, aliás, mantiveram diálogo aberto nos últimos meses, apesar de todo o estresse que cerca a relação do vice com Dilma Rousseff”.

A nomeação de Jobim sempre foi vista por Lula, por setores do PT e do PMDB, como possibilidade de o governo exercer maior controle sobre a Polícia Federal. "Com ele, delegado não vai mandar em ministro", afirma um interlocutor de Michel Temer – conta a jornalista. No PT e no PMDB, por exemplo, o provável governo Temer cairá como luva para os investigados, sob aplausos e com direito a farra, para que nada na polícia federal seja mais apurado.

Hoje, enquanto no governo Dilma tudo esteja sendo investigado, apurado e punido, com os corruptos sendo mandado para a cadeia, amanhã, em um possível governo Temer, ocorrerá justamente o contrário, porque como presidente da República uma de suas primeiras medidas será mandar parar quaisquer investigações contra os filhos do ex-presidente Lula. E os petistas enrolados até o gogó estarão a salvos. Por que, então, não vibrar com a queda de Dilma?

Temer no governo nem ele mesmo será mais investigado. Pesa contra o vice-presidente acusações seríssimas na Operação Lava Jato, inclusive objeto de delações. Além de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, outros enrolados, todos serão protegidos por Michel Temer. É um plano diabólico e que deve ser denunciado o mais rápido possível. A imprensa chega a insinuar que Temer teria uma “relação respeitosa” com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, outra peça-chave da Lava Jato. Significa isso dizer que o homem forte do Ministério Público Federal seria também “aparelhado”. Veja a gravidade disso!

A proposta de Michel Temer para acalmar o PT e assumir a presidência será “salvadora” para todos, sem exceção. Ninguém deverá mais ser preso por corrupção no Brasil. Pelo menos a “turma do Lula”. E, se possível, os que estão na cadeira serão soltos. A suposta “união nacional” de que tanto fala Michel Temer, coadjuvado por próceres tucanos e até petistas, nada mais é do que uma “união para esconder a corrupção”. Será uma festa, porque entrará todo mundo no mesmo “barco de proteção”, de “coalizão pela corrupção”, que terá como ‘timoneiro’ o ex-ministro Nelson Jobim. Se duvidar, Jobim manda colocar no xilindró delegado federal compenetrado e até o juiz Sérgio Moro.


Miguel Dias Pinheiro

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