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Metade do ministério do interino não tem qualificação técnica para exercer os respectivos cargos

5/21/2016



Dos homens do ministério do governo interino do presidente Michel Temer (PMDB), praticamente metade não tem a qualificação necessária para a pasta a qual foi nomeado. Dos 23 cargos de primeiro escalão, 11 foram preenchidos por políticos que não têm familiaridade com a área nem formação profissional necessária.

A indicação nos ministérios foi política. A ação de Temer desagradou muitos representantes de vários setores. Um dos exemplos que chamou mais a atenção foi o do bispo licenciado da Igreja Universal, o novo ministro da Indústria e Comércio, pastor Marcos Pereira (PRB), devido à inexperiência na área. Após a nomeação, ele admitiu a falta de afinidade com a pasta.

Na avaliação do professor de Economia da UFMG e conselheiro do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (UFMG), Cláudio Gontijo, as escolhas feitas por Temer foram pessoais e têm sido vistas pelo mercado como troca de favores políticos.

“É inadmissível, em um momento como este, assumir um ministro que não tenha experiência ou vivência na área que ele vai comandar. Como ele vai implementar ideias de melhoria? E quando o assunto for técnico?”, rechaça.

Em áreas mais sensíveis, como a indústria, Gontijo acredita que o engajamento do ministro com o atividade deveria ser maior. “Não precisa ser técnico, mas poderia ser um empresário, alguém da Federação das Indústrias”, ressalta. Afinal, a produção industrial caiu 8,8% em 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O faturamento do setor e os empregos acompanharam o ritmo negativo. Em Minas, o faturamento despencou quase 17%.

Educação


Na pasta da Educação, o ministro Mendonça Filho (DEM) também tem sofrido sistemáticas críticas. Para o coordenador do projeto “Pensar a educação, Pensar o Brasil”, professor Luciano Mendes, da UFMG, Mendonça Filho não difere do conjunto do governo provisório.
“Não há serviço público mais complexo do que a educação. Estamos falando de 50 milhões que vão à escola todos os dias, mais de 2 milhões de professores, 200 mil escolas no Brasil. É um ministério de grande complexidade que deveria ser gerido por alguém que conhece minimamente do assunto”, argumenta.

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