O ex-senador
Delcídio Amaral foi preso e perdeu o mandato porque tentou melar uma única
delação da Lava Jato: a de Nestor Cerveró; o senador e ministro Romero Jucá foi
bem mais audacioso e tentou melar a operação inteira; enquanto a tentativa de
obstruir a Justiça de Delcídio envolvia um acordo financeiro para pagar uma
mesada à família de Cerveró, a de Jucá envolvia o "roubo" de 54
milhões de votos com a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff,
que não travava as investigações; segundo Jucá, só um novo governo, liderado
por Michel Temer, seria capaz de "parar essa porra" e "estancar
a sangria"; o mais grave, na conversa de Jucá, é ele ter dito que o
acordão envolvia ministros do próprio Supremo Tribunal Federal
Se ainda faltava algo para desmoralizar ainda mais o processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff, a prova veio nesta segunda-feira com
a divulgação, pelo jornalista Rubens Valente, de uma conversa entre o senador
Romero Jucá (PMDB-RR), hoje ministro do Planejamento, e Sergio Machado, ex-presidente
da Transpetro.
No diálogo, Jucá
traduz o processo de impeachment como uma gigantesca tentativa de obstrução da
Justiça. Segundo ele, com Temer no poder, seria possível "parar essa
porra" e "estancar essa sangria", numa referência clara à Lava
Jato, que agora se aproxima da elite política do País.
Não custa lembrar
que Delcídio Amaral foi preso e perdeu o mandato de senador por uma questão
parecida, embora bem menos grave.
Delcídio tentou
melar uma única delação da Lava Jato: a de Nestor Cerveró. Jucá foi bem mais
audacioso e tentou melar a operação inteira. Enquanto a tentativa de obstruir a
Justiça de Delcídio envolvia um acordo financeiro para pagar uma mesada à
família de Cerveró, a de Jucá envolvia o "roubo" de 54 milhões de
votos com a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, que não
travava as investigações.
O mais grave, no entanto, é que Jucá
disse ter tratado desse acordão para derrubar a presidente Dilma e conter a
Lava Jato com vários ministros do Supremo Tribunal Federal, o que confirma a tese
do escritor português Miguel Souza Tavares, sobre a natureza do processo de
impeachment. "Foi uma assembleia de bandidos, presidida por um bandido
[Eduardo Cunha], para afastar uma mulher honesta", disse ele.
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