A Polícia Federal
prendeu na manhã desta quinta-feira, 21, dez brasileiros que planejavam um
ataque terrorista durante a Olimpíada do Rio de Janeiro. Outras duas estão
sendo monitoradas. Eles fariam parte de uma célula do Estado Islâmico no
Brasil. A operação secreta, chamada de "Hashtag", foi
organizada pela Divisão Antiterrorismo da PF e foi realizada em 10
estados.
Segundo a PF, os
presos foram recrutados pela internet, assim como os terroristas que realizaram
ações em Paris, na França, e em Orlando, nos Estados Unidos. Eles também
juraram lealdade ao EI.
Foram expedidos 12
mandados de prisão temporária por 30 dias. Este prazo pode ser prorrogado por
mais 30. Segundo a PF, o líder do grupo está preso em Curitiba, no Paraná.
Em
entrevista, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que "de
simples comentários sobre o Estado Islâmico, eles passaram para atos
preparatórios. A partir do momento em que passaram para atos preparatórios, foi
feita prontamente a atuação do Governo Federal realizando simultaneamente as 10
prisões desses supostos terroristas, que se comunicavam pela internet",
informou o ministro.
Ele
ainda acrescentou que "dois dos presos já foram condenados e cumpriam pena
por seis anos por homicídio".
Mensagens
A
PF monitorou mensagens trocadas pelo grupo nas redes sociais, principalmente
pelo Facebook e Twitter. Desta forma, os policiais descobriram o plano para
fazer um atentado terrorista na Olimpíada e para comprar armamento. O grupo ainda
não tinha decidido os possíveis alvos dos ataques.
Por
conta da proximidade do evento, a PF decidiu prender o grupo. A PF não divulgou
os nomes dos detidos e detalhes do ataque.
"Enquanto
não houver o mínimo de ato preparatório, não podemos atuar. Mas qualquer ato
preparatório por mais insignificante terá uma ação certeira, como houve hoje.
Isso não significa que aumentou o risco de ter um ato terrorista na Olimpíada.
A probabilidade é mínima, mas a possibilidade não é só no Brasil, é no mundo
todo. Então, para qualquer ato preparatório será pedida a prisão dos suspeitos
para evitar problemas no futuro", disse o ministro.
Organização
Chamou
atenção que o grupo tinha uma estrutura organizada. De acordo com os
investigadores, o perfil dos suspeitos encaixa-se no grupo que é considerado de
maior risco entre os brasileiros investigados.
Eles
são recém-convertidos ao islamismo, se frustraram com o tom pacifista das
mesquitas brasileiras e passaram a buscar o radicalismo propagandeado pelo
Estado Islâmico pela internet.
Atualmente,
a inteligência brasileira investiga 50 suspeitos. Os presos na ação desta
quinta estavam nesta lista.
Jihadista
A
ação acontece dias após o serviço internacional de inteligência Site,
especializado no combate ao terrorismo, informar que um suposto grupo militante
chamado de Ansar al-Khilafah Brazil declarou apoio ao Estado Islâmico. Eles
teriam utilizado o aplicativo Telegram para enviar mensagens.
A
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também já tinha confirmado no mês
passado que equipes de inteligência tinham detectado a abertura de uma conta em
português no Telegram para a troca de informações sobre o Estado Islâmico. Mas,
até então, as autoridades falavam que não tinha sido detectada qualquer ameaça
de ataque ao país.
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