É aterrador o ataque dos procuradores-inquisidores ao ex-presidente
Lula. Os acusadores fabricam acusações, mas cometem o erro crucial: não
apresentam uma única prova contra Lula, só empregam uma verborragia histérica e
ideológica contra ele.
Até Reinaldo Azevedo reconhece: “Eles cometeram um erro primário. Nem
um infiltrado de Lula na Força Tarefa seria capaz de idéia tão brilhante para
colaborar com Lula”.
A fabulação dos pregadores do Ministério Público traz em si um
questionamento: como pode alguém remunerado nababescamente pelo povo formular
delírios que, apesar de mirabolantes, ainda assim agendam o noticiário
dominante? A resposta é simples: este é um tempo de cólera fascista, um tempo
de brutal ataque à democracia.
Os inquisidores abasteceram a bandeja de uma mídia fascista com o
condimento ideal para a disseminação do ódio e da intolerância contra Lula e o
PT. A estratégia de estigmatização para extirpar Lula e o PT entrou na sua
etapa derradeira.
Esta estratégia ficou desnuda. Depois de completarem a farsa doimpeachment para o golpe contra Dilma, era
preciso encerrar a Lava Jato para preservar os donos do poder que tomaram de
assalto o Palácio do Planalto com Michel Temer, Cunha, Jucá, Padilha e Aécio.
Se os democratas do Brasil se amedrontarem diante desta brutal ofensiva
dos fascistas do MP, da PF e do Judiciário, não estarão somente legitimando o
assassinato do Estado de Direito, mas estarão silenciando ante o esmagamento da
esquerda e do campo democrático e popular. É imperativo, por isso, uma vigorosa
contra-ofensiva a este fascismo jurídico e midiático.
Na falta de substância para a acusação, os pregadores fanáticos abusaram
do uso de uma retórica adjetiva. Os inquisidores defendem que a propina na
Petrobrás – que foi aperfeiçoada no governo do FHC e continuou beneficiando o
PMDB, PP, PTB, DEM, PSDB durante os governos petistas por conta de um sistema
político podre – foi de R$ 6,2 bilhões.
E afirmam que Lula, supostamente, teria sido beneficiado com R$
3,7 milhões, ou 0,0597% daquele volume roubado pelos partidos que sustentam o
governo golpista de Michel Temer.
O incrível disso é que, para construir esse raciocínio, os justiceiros
se apóiam nas delações de Sérgio Machado, Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa,
Fernando Baiano e outros que incriminam claramente os integrantes do governo
golpista, mas nunca citaram Lula.
Ora, como Lula poderia ser o “comandante máximo”, o “grande general”, o
“regente”, o “maestro”, o “vértice da pirâmide”, o “líder máximo”, o “dirigente
central” de um esquema bilionário de corrupção no qual seus inimigos se
beneficiaram com 99,94% da corrupção que ele, supostamente, teria se
beneficiado com 0,0597%?
É evidente que a acusação não passa de um delírio acusatório; mera
obsessão patológica para atingir Lula e, assim, encerrar a Lava Jato sem
incriminar os verdadeiros bandidos, que pertencem ao establishmentdominante.
Os inquisidores construíram uma fabulação ardilosa. Maquinam que uma
“propinocracia”, suposto “regime” baseado em propinas, foi criado por Lula para
garantir a “perpetuação criminosa do poder” mediante uma “governabilidade
corrompida”, através de propinas que permitiram o “enriquecimento ilícito” dos
integrantes de tal regime fantasioso.
Quanto delírio!
O problema, contudo, não é o delírio, mas os efeitos práticos da
obsessão patológica e delirante contra o PT. À continuação, eles defenderão que
esse regime de “propinocracia” é sustentado por uma organização criminosa, e
que esta organização criminosa é precisamente o PT! O passo seguinte, portanto,
deverá ser a extinção do PT.
O ataque a Lula e ao PT não é apenas
uma violência contra uma parcela da sociedade brasileira, mas é um ataque
mortal à democracia e ao Estado de Direito. A democracia e a Constituição do
Brasil encontram-se seriamente ameaçadas pela obsessão doentia de procuradores
obcecados e cegos pela fé, e não pela razão e pela Lei.
Quando o fanatismo odioso e
estigmatizador domina as consciências jurídicas e democráticas, a sociedade
corre o sério risco de descambar para regimes totalitários. O nazismo, por
exemplo, se plasmou na Alemanha dos anos 1920/1930, apoiado em dogmas desse
tipo.
É necessário asfixiar a serpente do
mal na origem. Para o bem da democracia, é fundamental que a Lava Jato seja
aberta ao escrutínio de juristas e de instituições independentes. Os
investigadores da Lava Jato – que se constituíram em agentes totalitários que
além de investiga, acusar e julgam – perderam a isenção e a confiança para
seguir conduzindo a Operação.
Os setores democráticos do Brasil, e
não somente o PT, devem desencadear uma vigorosa contra-ofensiva ao fascismo de
setores do Judiciário, do MP e da PF, e que é irresponsavelmente naturalizado
pela mídia hegemônica.
É nas ruas que deve ser feita uma vigorosa
resposta à manipulação e ao fascismo jurídico-midiático para defender Lula.
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