Como já vem sendo noticiado pela imprensa, o
Conselho de Administração da Petrobrás deve aprovar ainda este mês a venda de
90% da sua maior e mais lucrativa malha de gás.
A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária
responsável pelo escoamento de 70% do gás natural do país, está na iminência de
ser entregue a um grupo de investidores estrangeiros, liderados pela canadense
Brookfield Asset Management.
Corremos, portanto, o risco do transporte desse
produto estratégico ser monopolizado por uma multinacional.
Não só a Petrobrás, como qualquer outra empresa que
produzir petróleo no país será obrigada a pagar o preço que a Brookfield e seus
parceiros exigirem, pois não existem outros gasodutos na região Sudeste.
Isso ganha contornos ainda mais graves, se levarmos
em conta o crescimento da produção de gás natural, com a exploração do Pré-Sal,
cujas jazidas estão justamente no Sudeste.
Assim como aconteceu nas privatizações das
distribuidoras do Sistema Elétrico, vai sobrar para a população pagar essa
conta.
Além do consumo doméstico, o gás natural é
utilizado pela indústria e cada vez mais presente na matriz energética, através
das termelétricas.
Perde o país, perde a indústria nacional e perde o
consumidor.
Além disso, a venda da NTS desarticula a Petrobrás
como uma empresa integrada de energia, processo que se consolidou em dezembro
de 2006, com a implantação da Transportadora Associada de Gás (TAG),
subsidiária criada para unificar o transporte de gás natural em todo o país.
No início de 2015, a empresa foi dividida em duas:
a Nova Transportadora do Sudeste e a Nova Transportadora do Nordeste (NTN).
Os petroleiros chegaram a alertar que o objetivo
dos gestores era a privatização.
Entregar a um grupo de investidores estrangeiros a
maior malha de gás do país é crime de lesa-pátria.
O povo brasileiro está perdendo soberania e
perspectivas de um futuro melhor diante da privatização das principais empresas
do Sistema Petrobrás.
Fizeram isso com a Gaspetro e caminham para fazer o
mesmo com a BR Distribuidora, a Liquigás e toda a malha de gás.
No rastro, virão outros ativos estratégicos, como
já aconteceu com Carcará.
Pedro Parente anunciou, inclusive, a intenção de
privatizar também a Transpetro e as refinarias.
Podemos perder muito mais ainda se a Câmara dos
Deputados Federais aprovar o projeto que tira da Petrobrás a operação do
Pré-Sal.
Estamos, portanto, diante da liquidação do maior
patrimônio nacional.
O desmonte da Petrobrás será o desmonte do país.
Os petroleiros têm travado imensas batalhas para
impedir que esse crime se consolide.
Essa, no entanto, é uma luta que não venceremos
sozinhos.
Ou a sociedade se levanta contra a entrega da
Petrobrás e do Pré-Sal, ou o Brasil perderá de vez o seu futuro.
VIOMUNDO
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