Operação For All, deflagrada nesta terça-feira (18) pela Polícia
Federal, aponta para um volume de R$ 500 milhões que teria sido sonegado por
empresas de entretenimento que patrocinam pelo menos quatro grandes bandas de
forró, entre elas a Aviões do Forró. Somente hoje a PF apreendeu R$ 600 mil em
dinheiro vivo com alvos da investigação.
Os cantores Xand e Solange Almeida, da Aviões do Forró, foram conduzidos
coercitivamente para depor na Superintendência da PF em Fortaleza. Aviões do
Forró é agenciada pela A3 Entretenimentos.
Ao todo, 26 empresas do setor estão na mira da For All. A investigação
revela que essas empresas que patrocinam as bandas subfaturavam contratos,
registrando valores correspondentes a 25% e até 30% do que era de fato
acertado. "A maior parte dos contratos é assim, o resto circula por fora,
antes da banda subir ao palco", destacou a PF.
O dinheiro sonegado era usado para ampliação patrimonial dos envolvidos
- compra de imóveis e veículos de luxo.
Um efetivo de 260 policiais federais e 30 auditores da Receita cumpriu
76 mandados judiciais - 32 de condução coercitiva e 44 de buscas. Não houve
prisões.
A Operação For All já contabilizou omissão de rendimentos tributados de
cerca de R$ 120 milhões entre 2012 a 2014. A PF e a Receita estimam que a
sonegação de todas as empresas investigadas alcança R$ 500 milhões naquele
período.
"A corrupção não existe só onde estamos acostumados a ver, na
política em Brasília", disse um dos investigadores.
Segundo a PF, a Operação For All revela dois
caminhos, 'um mundo oficial e um mundo clandestino, subterrâneo'.
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