Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na
primeira instância da Justiça, determinou na terça-feira (18) a prisão
preventiva do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).
A residência do ex-parlamentar, na Barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro, também foi alvo de um mandado de busca e apreensão.
Cunha foi preso nesta quarta-feira 19. A Polícia Federal confirmou
a prisão preventiva - de prazo indeterminado - e informou que Cunha está sendo
levado para o hangar da PF no Aeroporto de Brasília a fim de embarcar para
Curitiba, onde estão sendo conduzidas as investigações. A previsão é de que
Cunha chegue entre 17h e 18h à capital do Paraná.
De acordo com o Ministério Público Federal, Cunha representava risco à
instrução do processo e à ordem pública se estivesse em liberdade. Os
procuradores argumentaram ainda que “há possibilidade concreta de fuga em
virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior” e da dupla
nacionalidade, uma vez que Cunha tem passaporte italiano.
O ex-deputado do PMDB foi o responsável pelo golpe parlamentar de 2016 e
pretendia escrever um livro contando os bastidores do processo de impeachment
da presidente Dilma Rousseff, revelando, inclusive, a participação de Michel
Temer na trama.
Cunha foi investigado por receber propinas oriundas de negócios da
Petrobras na África. Um dos delatores, Júlio Camargo, revelou que ele
financiava mais de uma centena de deputados. Corre em Brasília os rumores de
que ele pode fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público, o que
abalaria o Congresso.
O peemedebista perdeu o mandato de deputado federal em setembro, após
ser cassado pelo plenário da Câmara. Com isso, ele perdeu o foro privilegiado,
que é o direito de ser processado e julgado no Supremo Tribunal Federal.
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