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A CARNAÚBA ESTÁ AO SEU REDOR O TEMPO TODO

9/18/2018




O ouro não era a única carga preciosa que as caravelas dos portugueses levavam do Brasil no século XVIII. Usada para fazer as velas que iluminavam as casas da nobreza européia, a cera de carnaúba transformou-se, já naquela época, em um dos principais produtos brasileiros de exportação. O consumo aumentou nos séculos seguintes e atingiu o auge nos anos 50, quando saíam das folhas da planta quase 100 000 toneladas de cera, usadas para fazer papel- carbono e graxa para sapatos, impermeabilizar metais e na fabricação dos falecidos discos de vinil.

A partir daí começou a crise, pois a demanda continuou crescendo, mas não havia palmeiras em quantidade suficiente para dar conta do recado. Isso fez com que o produto fosse substituído aos poucos por outros, derivados do petróleo. Embora com menos qualidade, esses eram mais baratos. Assim, muitos empresários abandonaram a cera natural. Nenhum se preocupou em cultivar a palmeira.

“Ainda hoje, ninguém quer plantar a árvore e esperar dez anos, que é o tempo que ela leva para começar a produzir cera”, explicou à SUPER o agrônomo Eugênio Emérito Araújo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Piauí. Sempre explorando matas nativas, a produção atual caiu para 18 000 toneladas anuais, quase tudo exportado para os Estados Unidos, Japão e Alemanha, para muitas aplicações .

O Brasil também deixa de ganhar dinheiro com a carnaúba devido aos métodos de extração rudimentares. Cortadas manualmente, as folhas secam ao sol e são batidas para a retirada do pó branco que, derretido, vira uma pasta,comprada pelas indústrias para ser purificada e exportada. Mas, na primeira fase do processo, feita pelos pequenos produtores, perde-se até 40% do material.

Fabricada pela palmeira para se proteger do implacável calor nordestino, a cera da carnaúba é quase invulnerável, graças à estrutura de suas moléculas, formadas pelo alinhamento de até 34 átomos de carbono. “Numa escala de 0 a 10, a sua dureza – isto é, a dificuldade de ser riscada – é 8”, explica Araújo.

A CARNAÚBA AO SEU REDOR:

Beleza pura
A resistência do batom ao calor é obtida acrescentando-se a cera à sua composição. Por isso, mesmo sob alta temperatura, o cosmético mantém a consistência.

Brilho fácil
A aplicação mais comum é no polimento de assoalhos, móveis e carros. Das ceras vegetais e animais, a de carnaúba é a mais resistente e com brilho mais intenso.

Cera high-tech
Por não conduzir energia elétrica, a cera vem sendo usada como isolante em chips. Além disso, ela pode ser aplicada em outras partes do computador, protegendo-as contra a umidade.



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