Pesquisar no blog!




OS MUNICÍPIOS E A VELHA POLÍTICA NACIONAL

10/17/2018




Para uma gestão municipal eficiente, um dos obstáculos é a manutenção da chamada velha política, onde predominam práticas coronelistas e uma política personificada em figuras. Ao mesmo tempo, quem ocupa cargos na esfera federal detém poder orçamentário, o que pode influenciar diretamente as eleições municipais. Esse é um apoio que o governo precisa para se manter e governar quando acontecem as eleições parlamentares, que definem os 81 senadores e 513 deputados do Congresso Nacional.

Vale lembrar que a trajetória de grandes políticos geralmente não começa em Brasília, mas em municípios e estados, onde as primeiras alianças são estabelecidas. Quando esses mesmos políticos passam a ocupar cargos na esfera federal, continuam favorecendo seus aliados locais por medo das consequências que um rompimento com o modo vigente traria para as próximas eleições para cada partido, segundo a obra “Barões da Federação”, do cientista político Fernando Abrucio. 

Para combater essa realidade pouco adianta – sem diminuir a importância desses mecanismos – criar legislações eleitorais mais rígidas ou burocracias nos processos de prestação de contas de campanhas políticas, se pequenos municípios não têm capacidade de executar ou fiscalizar esses aspectos. Dar um passo para trás e considerar a realidade local dessa parcela da população é fundamental.

A "AJUDA"

A existência da “ajuda” como uma variante da compra de votos. Os moradores da cidade não entendem como compra de votos, mas a Justiça Eleitoral, sim. De 4 em 4 anos, os políticos aparecem e seu dever é ajudar a população com uma carona, um remédio, um refrigerante para a festa dos filhos ou qualquer outra coisa que possa ser revertida em pedido. Quem ajuda mais, tem uma maior credibilidade na cidade, pois cumpre melhor a sua função política. Existem até publicações em páginas de candidatos nas redes sociais dando geladeiras a moradores. Sem ser a “ajuda”, a compra de votos acontece também no dia da eleição.


Nesse contexto de interior do país, a Prefeitura serve principalmente para empregar (ou ajudar) a população. Assim, o período eleitoral carrega uma tensão porque é a chance de manter o emprego ou garantir um no início do próximo mandato. Funciona como uma importante fonte de renda para os moradores. Em uma realidade na qual a visibilidade em carreatas ou comícios é importante, a Prefeitura tem um papel relevante nesse procedimento.


A velha política, portanto,  ainda está profunda e culturalmente enraizada a ponto de uma campanha ser considerada inovadora simplesmente por ser feita dentro da lei e isso  acontece também  no âmbito nacional.

 

POLITIZE!

0 comentários:

Postar um comentário

Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!