A expressão vem do Brasil colonial, quando os impostos sobre
o ouro e demais pedras preciosas eram muito altos. Então, para enganar a coroa
portuguesa, os mineradores escondiam parte de suas riquezas em santos que tinha
abertura na madeira e o fundo oco.
Desta forma, eles podiam passar pelas Casas de Fundição sem
pagar impostos abusivos, já que ninguém dava importância ao santo que estava
sendo transportado.
Por causa disso, a expressão “santo do pau oco” virou no Brasil
sinônimo de falsidade e de hipocrisia.
Mas para início desta conversa, uns anos atrás, impregnado do
pensamento iluminista, resolvi que deveria conhecer a cidade mais árcade do
Brasil. E lá fui eu para Ouro Preto, a fim de visitar as igrejas e museus, percorrer as ruelas, os
becos, conviver com fantasmas do século XVIII.
Em Ouro Preto que se chamava Vila Rica no período áureo do
ouro, muita gente fazia contrabando para passar a perna em dona Maria I, Rainha de
Portugal, louquinha pelo vil metal. Bem, pelo menos comenta-se que Dona Maria era
louca de qualquer jeito. Mesmo antes, no tempo de seu pai, o rei D. José I,
isso já vinha acontecendo.
Entretanto, em assuntos religiosos, os agentes da alfândega de Sua Alteza
a Rainha Maria, a Louca de Portugal, Brasil e Algarves, não
interferiam.
Acontece que ninguém entendia as razões daquela fé fervorosa
de enviarem tantos santos para Portugal. Saíam daqui do Brasil, do porto de
Parati na Província do Rio de Janeiro, navios carregados de santos e a rainha tinha ataques
do mais puro prazer ao ver chegarem tantos santos à terrinha.
O Fernando Pessoa, súdito da Maria I, que só viria a aparecer nos alvores do século XX, também andou falando da loucura que, sem ela o homem não passa de “besta sadia”. Mas isso veio bem depois. Por enquanto, fiquemos com a dona Maria, louca pelo metal nobre extraído das minas de Minas Gerais.
O Fernando Pessoa, súdito da Maria I, que só viria a aparecer nos alvores do século XX, também andou falando da loucura que, sem ela o homem não passa de “besta sadia”. Mas isso veio bem depois. Por enquanto, fiquemos com a dona Maria, louca pelo metal nobre extraído das minas de Minas Gerais.
Mas, para o fim desta conversa sobre os santos de pau oco, urge historiar que um dia os lusitanos hereges desconfiaram da tamanha religiosidade dos mineiros e resolveram
abrir um santo antes que chegasse ao destino. No oco do santo, só dava ouro.
Descoberta a maracutaia, abriram processo semelhante aos que se abrem no Lava Jato. Pegaram e condenaram à morte apenas um contrabandista anti-lusitano alcunhado de Tiradentes, já os delatores... (aí são outros quintos).
Lembrei-me desta história ao acompanhar, mesmo que de longe e passivamente, o que vem ocorrendo em nosso país. Quanto santo do pau oco está sendo nos empurrado goela abaixo. E o pior é que grande parte da população se ajoelha e reza pelos santos ocos, alguns ministros do Capitão Messias, sem imaginar o que eles trazem por dentro.
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