
Para o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), irmão de Geddel, a procuradora-geral pediu a pena de 48 anos e seis meses. Ela ainda quer que os dois paguem uma multa de R$ 42,6 milhões e US$ 2,6 milhões — equivalente ao dinheiro que foi encontrado no apartamento. Já para o empresário Luiz Fernando Machado Costa Silva a pena sugerida foi de 26 anos de prisão.
Raquel Dodge pediu que seja decretado o perdão judicial a Job Ribeiro Brandão, ex-assessor da família Vieira Lima, devido à colaboração dele com a Justiça. Entre outras coisas, Job admitiu contar dinheiro vivo recebido de Geddel e afirmou que era obrigado a devolver parte do seu salário.
Raquel Dodge pediu que seja decretado o perdão judicial a Job Ribeiro Brandão, ex-assessor da família Vieira Lima, devido à colaboração dele com a Justiça. Entre outras coisas, Job admitiu contar dinheiro vivo recebido de Geddel e afirmou que era obrigado a devolver parte do seu salário.
"Job contribuiu de modo eficaz do início ao fim da instrução. Mais do que palavras, apresentou documentos, extratos bancários e informações que, diligenciadas pela Polícia Federal, confirmaram-se na plenitude. No seu interrogatório, confirmou ao Juiz Instruto todos os detalhes dos crimes imputados nesta ação penal. Suas respostas sempre foram rápidas, prontas, objetivas e livres de qualquer contradição", disse Raquel Dodge.
Nas alegações finais, a procuradora-geral também defende que Geddel continue preso preventivamente, alegando que ele mesmo que ele vá para a prisão domiciliar não há a garantia de que não cometerá mais crimes, além do risco de fuga.
Quando o bunker foi descoberto Geddel estava em prisão domiciliar, mas em outro caso, no qual foi posteriormente absolvido: a suposta compra do silêncio do operador Lúcio Funaro.
"Geddel Quadros Vieira Lima já deu mostras suficientes do que, em liberdade, é capaz de fazer para colocar em risco a ordem pública e vulnerar a aplicação da lei penal: tentou impedir a colaboração premiada de Lúcio Bolonha Funaro; no gozo de prisão domiciliar, manteve ocultos os R$ 51 milhões; manteve secretários parlamentares trabalhando como empregados domésticos (peculato); mandou destruir provas contidas em anotações, agendas e documentos etc", escreveu.
A mãe dos irmãos Vieira Lima, Marluce Vieira Lima, também era ré na mesma ação, mas o relator, Edson Fachin, enviou a parte referente a ela para a 10ª Vara Federal de Brasília em novembro.
'Personalidade voltada ao crime'
'Personalidade voltada ao crime'
Raquel Dodge considera que a pena de Geddel precisa ser elevada pelo fato de ele ter ocupado cargos importantes (deputado federal, ministro e vice-presidente da Caixa) e por sua "personalidade" ser supostamente voltada ao crime.
"A multiplicidade de atos criminosos de lavagens revela uma personalidade voltada ao crime, à lesão à moralidade, à administração da justiça e da própria ordem econômica, bens jurídicos tutelados pelo pluriofensivo delito de lavagem", argumentou.
A procuradora-geral ainda ressalta que as fotos do dinheiro "correram o mundo", causando prejuízo ao país.
"As consequências foram muito negativas também. As fotografias daquelas malas e caixas com milhões de reais e dólares correram o mundo, expondo o país, o povo e seus políticos à imagem da corrupção e da lavagem de dinheiro", destacou.
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