Enquanto o titular, praticamente, não fala com a imprensa internacional, Hamilton Mourão tem sido procurado pelos maiores jornais do mundo.
Mal concluiu suas 48 horas no exercício da Presidência da República, nesta quinta-feira, e o clã Bolsonaro já se agita, nas redes sociais, em ataques ao general Hamilton Mourão. Acusado nos bastidores palacianos de “falar demais”, Mourão, no entanto, não se abala e adianta, a jornalistas, que não ter qualquer preocupação com críticas dos filhos de Jair Messias Bolsonaro.
Enquanto o titular, praticamente, não fala com a imprensa internacional
— em Davos, abriu parcas exceções — Hamilton Mourão tem sido
procurado pelos maiores jornais do mundo, em busca de uma tradução para o
confuso regime que se inicia. O vice-presidente já assegurou entrevistas para a
revista britânica The Economist, a bíblia do
capitalismo conservador; aos diários norte-americano The Wall Street Journal e espanhol El País, ambos respeitados nos ambientes de negócios e
da extrema direita.
Temido pelas facções
que se formam no intestino do governo Bolsonaro, Mourão torna-se o fantasma da
vez a assombrar o clã. Não bastasse a investigação sobre movimentações atípicas
nas contas de assessores do primogênito, senador eleito Flávio Bolsonaro
(PSL-RJ), o vice-presidente forçou o comandante em chefe a reassumir o cargo,
ainda na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), sem receber quem quer que seja.
Por puro apego ao
cargo, Jair Bolsonaro reassumiu a Presidência dois dias após a cirurgia a que
se submeteu na segunda-feira. “Tem medo de que seu vice, Hamilton Mourão, se
saia melhor que ele à frente do governo; na prática, porém, o Brasil está sem
comando”, aponta a liderança do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
O encontro previsto
para esta tarde, entre Jair Messias Bolsonaro e três ministros foi desmarcado.
Internado no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, o presidente
recebeu ordens médicas para evitar falar devido à possibilidade de que gases
entrem em sua cavidade abdominal, o que poderia provocar dores e dificuldade na
cicatrização.
Nos corredores de
Brasília, comenta-se que a decisão de Jair Bolsonaro em reassumir a Presidência
mesmo estando hospitalizado é mais do que apenas uma jogada de marketing
barato, é medo do protagonismo do vice. O protagonismo midiático do general
Mourão durante seus dois períodos como presidente interino incomodaram o
entorno familiar e político de Jair Messias Bolsonaro.
Um dos filhos do
presidente Messias disse a duas pessoas que o general Mourão busca se mostrar como uma figura
mais preparada em caso de alguma crise desestabilizar o governo — avaliação, de
resto, constante nos círculos políticos de Brasília.
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