Sem o arbítrio de uma prisão sem julgamento definitivo, o que qualquer democrata não pode apoiar, é correto que Michel Temer responda pelos crimes de que é acusado.
São, agora, fatos determinados, operações executadas sob seu comando, como o caso da mala de dinheiro de Rocha Loures e a admissão da empresa de seu compadre numa obra de vulto, com a finalidade direta de para ele amealhar dinheiro.
Se existirem provas, para além das delações que baseiam os dois casos, que pague por seus atos.
Mas não dá para deixar de falar nos seus cúmplices políticos, todos aqueles que tramaram para que Temer ascendesse à cadeira presidencial e que desfilam por aí com uma enorme cara de pau, como se nada tivessem a ver com isso.
Os colunistas da grande imprensa, os comentaristas de televisão que louvavam suas habilidades políticas, sua capacidade de articulação, seu controle sobre o Congresso não cansaram de bater palmas para o caráter vil de quem conspirou, tramou nas sombras, se uniu ao que de pior havia neste país para derrubar a Presidenta.
Michel Temer é um bagaço político de que se serviram e que, agora, é descartado e desprezado pelos que o bajulavam.
Nós, os que gritamos “Fora, Temer” temos, ao contrário, a dignidade de não nos juntarmos ao coro dos linchadores.
Dilma Rousseff, a mulher de quem ele usurpou a Presidência, igual não veio a público falar “eu não disse?” de quem lhe fez tanto mal.
Isso eles jamais serão capazes de compreender, pois não entendem nada que não seja miúdo, mesquinho, odioso e canalhas como eles próprios são. Podemos, no máximo, nos desviar num íntomo “bem feito para ele”, mas não fazemos disso bandeira.
Não sei se Temer merece a prisão – isso é objeto do processo que espero seja justo e equilibrado. A mim – e creio que à grande maioria dos leitores – basta saber que ele merece o opróbio, a vergonha, a execração pública e a interdição para que não possa, de novo, fazer mal ao país e ao povo.
Nós somos homens e mulheres que amamos a liberdade, não o encarceramento. Homens e mulheres que acham e acharão sempre que é do povo o direito de julgar.
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