(...) Nas famílias antigas de Xiquexique predominavam as dos pescadores figurando os ascendentes do pescador Manoel Por Baixo, a quem tive a honra de conhecer. Já na classe dominante que à época controlava politicamente o nosso município, destacavam-se as famílias Sousa Nogueira, Xavier Guimarães, Moreira Bastos, Figueiredo Bastos, Bessa, Soares, Morais, Peregrino de Souza, Marinho Carvalho, Miranda, Teixeira, Sampaio e Gomes Barreto. A estrutura política nos primórdios do século XX, nos dividia em dois grupos opostos liderados pelos Marrões e Bundões, os quais resolviam as suas pendências com lutas armadas.As eleições aqui em Xiquexique eram meramente simbólicas, pois, não raro, o partido derrotado (Marrões ou Bundões) não aceitava perder , recorrendo às armas para tentar anular a eleição na base do tiro. Esse partido político apelidado de Bundões foi imortalizado no ABC do São Francisco: "Xiquexique dos Bundões", uma vez que o Icatú era a cachaça podre e a Barra só dava "ladrões".(A cidade da Barra, para mim, só dava Barões. Não estou puxando o saco dos barrenses, não. É verdade histórica). As eleições em Xiquexique desenvolviam-se com o uso eexagerado do clientelismo, do populismo e do compadrismo. Havia uma ligação direta entre os candidatos e seus eleitores. O eleitorado exigia, pelo menos na época da eleição, uma visita pessoal do candidato. O eleitor ficava satisfeitíssimo com a visita, a ponto de um deles declarar: " Aqui todos nós votamos no candidato X, porque ele é um homem sem bondade!Chega, abraça todo mundo, toma café com a gente, paga umas bebidas e vai dizendo logo: -Eu não vim aqui pedir votos pra vocês, porque eu sei que vocês votam comigo!" No entanto, isso não significava unanimidade aqui em Xiquexique. Havia muito descontentamento no meio popular. Alguns que não enxergavam motivos objetivos para dar o seu voto, protestavam: Eles não dão nada pra gente votar neles. Nem óculos, nem sapato, nem tijolo, nem cimento, nem camisa. Por isso eu não voto.Um cidadão, segundo me contaram os historiadores, fugia, costumeiramente, para a caatinga em tempo de eleições e se fingia de doido. Como o espaço oferecido aqui pelo Jornal A VOZ é diminuto,mesmo assim a gente diz o que quer, ficarei devendo, se não for expulso ou deletado, outras historietas de Xiquexique, sujeitas às críticas de qualquer espécie, gênero número ou grau!
O A Voz sempre prestou um grande serviço a Xique-Xique, enriquecido pelos grandes talentos desta terra, daqui da cidade ou Brasil a fora, e você foi e continua sendo uma pérola que dar mais vida ao trabalho prestado por este veículo de comunicação.
As suas histórias nos fazem voltar ao passado, reafirmam o nosso presente e com certeza nos impulsionam ao futuro. Que cada um possa meditar nas suas crônicas e espelharem-se nos grandes exemplos que tivemos outrora, para assim não perderem o rumo na condução dos destinos do nosso município.
Parabéns Nilson pela sua contribuição e participação.
3 comentários:
Xiquexique era assim...
17/7/10 13:33(...) Nas famílias antigas de Xiquexique predominavam as dos pescadores figurando os ascendentes do pescador Manoel Por Baixo, a quem tive a honra de conhecer. Já na classe dominante que à época controlava politicamente o nosso município, destacavam-se as famílias Sousa Nogueira, Xavier Guimarães, Moreira Bastos, Figueiredo Bastos, Bessa, Soares, Morais, Peregrino de Souza, Marinho Carvalho, Miranda, Teixeira, Sampaio e Gomes Barreto.
A estrutura política nos primórdios do século XX, nos dividia em dois grupos opostos liderados pelos Marrões e Bundões, os quais resolviam as suas pendências com lutas armadas.As eleições aqui em Xiquexique eram meramente simbólicas, pois, não raro, o partido derrotado (Marrões ou Bundões) não aceitava perder , recorrendo às armas para tentar anular a eleição na base do tiro. Esse partido político apelidado de Bundões foi imortalizado no ABC do São Francisco: "Xiquexique dos Bundões", uma vez que o Icatú era a cachaça podre e a Barra só dava "ladrões".(A cidade da Barra, para mim, só dava Barões. Não estou puxando o saco dos barrenses, não. É verdade histórica).
As eleições em Xiquexique desenvolviam-se com o uso eexagerado do clientelismo, do populismo e do compadrismo. Havia uma ligação direta entre os candidatos e seus eleitores. O eleitorado exigia, pelo menos na época da eleição, uma visita pessoal do candidato. O eleitor ficava satisfeitíssimo com a visita, a ponto de um deles declarar: " Aqui todos nós votamos no candidato X, porque ele é um homem sem bondade!Chega, abraça todo mundo, toma café com a gente, paga umas bebidas e vai dizendo logo: -Eu não vim aqui pedir votos pra vocês, porque eu sei que vocês votam comigo!"
No entanto, isso não significava unanimidade aqui em Xiquexique. Havia muito descontentamento no meio popular. Alguns que não enxergavam motivos objetivos para dar o seu voto, protestavam: Eles não dão nada pra gente votar neles. Nem óculos, nem sapato, nem tijolo, nem cimento, nem camisa. Por isso eu não voto.Um cidadão, segundo me contaram os historiadores, fugia, costumeiramente, para a caatinga em tempo de eleições e se fingia de doido.
Como o espaço oferecido aqui pelo Jornal A VOZ é diminuto,mesmo assim a gente diz o que quer, ficarei devendo, se não for expulso ou deletado, outras historietas de Xiquexique, sujeitas às críticas de qualquer espécie, gênero número ou grau!
Nilson Machado de Azevedo
nilsonazevedo@globo.com
Nilson Machado,
17/7/10 14:26O A Voz sempre prestou um grande serviço a Xique-Xique, enriquecido pelos grandes talentos desta terra, daqui da cidade ou Brasil a fora, e você foi e continua sendo uma pérola que dar mais vida ao trabalho prestado por este veículo de comunicação.
As suas histórias nos fazem voltar ao passado, reafirmam o nosso presente e com certeza nos impulsionam ao futuro.
Que cada um possa meditar nas suas crônicas e espelharem-se nos grandes exemplos que tivemos outrora, para assim não perderem o rumo na condução dos destinos do nosso município.
Parabéns Nilson pela sua contribuição e participação.
Maria!
17/7/10 16:15"O teu nome principia
na palma da minha mão!"
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