A decisão do Banco Central de tornar inválidas as cédulas com a mancha rosa caraterística da origem em explosões de caixas eletrônicos é de uma simplicidade que só a lógica burocrática dos nossos governantes é capaz de conceber. De fato, se ninguém mais conseguir repassá-las nem as receber, tornam-se inúteis os assaltos, que, por conseguinte, deixarão de acontecer.
Os homens de Brasília, entretanto, não pensaram num "detalhe": o cidadão comum, que não costuma usar dinamite em suas atividades diárias, ele que se exploda e fique com o prejuízo se for "sorteado" ao fazer um saque do dinheiro que ganhou honestamente.
Ora, se o Estado falha em sua obrigação constitucional de prover de segurança a população - que paga impostos também com esse fim -, não pode, pelo outro lado, punir os contribuintes com esse verdadeiro confisco.
O dinheiro roubado sai de circulação, seus legítimos donos assumem compulsoriamente o prejuízo e os ladrões continuam soltos, engendrando novas formas de lesar os direitos de terceiros. A menos que já não existam juízes no Brasil, esse é um absurdo a ser derrubado em qualquer primeira entrância.
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