Quem são,
afinal, os ratos da política brasileira? A questão foi colocada, em artigo,
pelo deputado Elvino Bohn Gass* (PT-RS), depois que um servidor da Câmara dos
Deputados, ligado ao deputado Paulinho da Força (SD/SP) (saiba mais aqui), soltou ratos numa sessão da CPI da Petrobras. Leia o artigo abaixo:
Antes de Lula e Dilma, o Brasil era um país que não investia em
infraestrutura. Deu no que deu: enormes complexos metropolitanos onde se
amontoavam pessoas desempregadas, vivendo em casebres insalubres e submetidas
ao fétido odor dos esgotos a céu aberto. A responsabilidade por isso é da
política. Melhor dizendo, da ausência histórica de políticas que só passaram a
enfrentar, de fato, esses males há uns poucos anos.
E não adianta espernear porque os números provam e o mundo já
reconheceu: foi só depois de Lula e de Dilma que as populações periféricas
passaram a ser alvo de políticas públicas de recuperação da dignidade desses
milhões de excluídos. Antes, esses homens e essas mulheres não só conviviam com
os ratos, como do ponto de vista governamental, eram tratados como tal.
Ratos... alguns oposicionistas
aos governos do PT soltaram alguns deles antes do depoimento de um membro da
direção petista na Câmara dos Deputados. Foi uma tentativa torpe e extremamente
agressiva de associar a imagem suja dos bichinhos aos membros do partido.
Então, mais do que repudiar a exposição dos animais ao risco de serem
pisoteados (como foram), valho-me da mal sucedida analogia oposicionista para
perguntar:
Quem são, afinal, os ratos da política brasileira?
Quem são, afinal, os ratos da política brasileira?
Os que garantem
níveis de emprego nunca antes alcançados, ou os que aprovam um projeto como o
da terceirização que rói conquistas que estão sendo consolidadas há 70 anos?
Os
que garantem casa própria para milhões de brasileiros que nunca a tiveram, ou
os que quando governaram roeram o Banco Nacional de Habitação jogando-o em
transações escabrosas e não construíram uma moradia sequer?
Os que permitiram que o filho da faxineira chegasse à universidade, ou
os que carcomeram o futuro dos jovens proibindo a abertura de novos cursos
técnicos?
Os que retiraram 30 milhões de pessoas da miséria, ou os que
devoraram as nossas reservas quebrando o país três vezes?
Não, senhores oposicionistas, os ratos da política não somos nós, são
vocês! Vocês que impedem a reforma política porque sempre foram sustentados
pelo poder econômico. Vocês que entregaram o patrimônio público a preço de
banana para os seus amigos ricaços. Os roedores históricos do dinheiro e dos
valores desse país são vocês, que sustentaram a ditadura, que torturaram e
mataram pessoas, que trocaram de partidos mil vezes, que impediram que a
corrupção fosse investigada, que mantiveram preconceitos raciais, de classe e
de gênero.
Vocês, que devastaram as nossas riquezas naturais, que poluíram as
nossas águas e que aniquilaram nossas populações indígenas e quilombolas.
Vocês, que sempre andaram por túneis subterrâneos da política, que se
comportaram furtivamente como se não fossem responsáveis pela gigantesca
diferença social deste país. Vocês, que politicamente, sempre agiram como
ratos.
É por isso que quando nos deparamos com cenas como a dos ratos soltos na
Câmara, ou quando assistimos os senhores marchando sem constrangimento ao lado
de quem pede a volta dos coturnos covardes, nós não nos surpreendemos. Porque
sabemos com quem estamos lidando. Estamos lidando é com as suas longas caudas,
Longas como a dos ratos. E o pavor, a gente também sabe, é porque Dilma armou a
ratoeira.
*Elvino Bohn Boss - Deputado Federal (PT-RS)
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