A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia
(OAB-BA) vai convocar os desembargadores do quinto constitucional do Tribunal
de Justiça da Bahia (TJ-BA), para discutir as saídas da crise instalada no Poder
Judiciário baiano. A proposta para chamar os desembargadores oriundos da
advocacia foi feita pelo conselheiro Domingos Arjones na sessão plenária desta
sexta-feira (10), como forma de cobrança em favor dos jurisdicionados e
advogados baianos.
O presidente da OAB-BA, Luiz Viana, pediu que
os demais conselheiros apresentem sugestões até a próxima sessão plenária para
definirem uma estratégia de enfrentamento mais ativa ao TJ-BA sobre os
problemas que o Judiciário baiano atravessa. “A OAB precisa puxar que essa
discussão já é um problema de Estado. Deixou de ser dos juízes e dos advogados.
É um grave problema de Estado, envolvendo os Três Poderes”, afirma. “Vivemos
uma contradição administrativo-política, em que se tem dinheiro em caixa, mas
não se pode contratar pessoal”, salienta Viana.
Durante a sessão plenária, Luiz Viana afirmou
que mudará o seu discurso e não dirá mais que o Judiciário baiano vive sua pior
crise, para assumir que o Tribunal de Justiça da Bahia vive um verdadeiro caos.
“Não é uma situação crítica, é caótica mesmo. O Judiciário baiano é verdadeiro
inferno. É um inferno advogar na Justiça baiana”, indigna-se. A ideia do gestor
da Ordem é fazer um grande movimento para que se tenha uma resposta dos Poderes
para que o tribunal preste um serviço melhor ao cidadão.
O conselheiro
Guilherme Scofield se antecipou e propôs que a Ordem ingresse com uma ação
direta de inconstitucionalidade contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que
impõe que os tribunais gastem apenas 6% do orçamento do Estado com despesas de
pessoal, sendo válida apenas para os tribunais de Justiça. O vice-presidente da
OAB, Fabrício de Castro, afirmou que já houve ação semelhante, que foi extinta
sem julgamento de mérito. João Teixeira afirmou que até hoje o TJ-BA não abriu
a “caixa preta” do orçamento, como foi requisitado pela OAB. “Não se sabe onde
o TJ gasta.
O presidente Eserval Rocha só diz que deixou de comprar cinco mil
abacaxis para comprar 1,5 mi”, adverte. Viana ainda convocou os conselheiros
para atuarem de forma mais incisiva e chamar os deputados federais baianos para
conversar contra as propostas que tramitam no Congresso Nacional que querem
acabar com o Exame de Ordem. “Todo dia é um fogo cruzado na Câmara. O
presidente da casa, deputado Eduardo Cunha, em todas as medidas provisórias,
pede a eliminação do Exame de Ordem. O Conselho Federal da OAB sugeriu que
façamos uma pauta com os deputados federais da Bahia apresentando a posição da
Ordem e pedir apoio pela manutenção do Exame”.
O conselheiro João
Teixeira Neto afirmou que não vai mais participar de movimentos como “abraço ao
fórum”, em porta de fórum, e defendeu um ato mais ostensivo, mais enérgico para
se mostrar que o Judiciário baiano está um caos e cobrar o resultado do diagnóstico
apresentado pela OAB ao tribunal, pois a “advocacia não é profissão de
covardes”. O conselheiro Domingos Arjones afirmou que a situação do tribunal é
endêmica e a OAB precisa reagir. “Você vai ao Tribunal de Justiça e só vai
encontrar meia dúzia de cachorros na porta. E isso é uma resposta do
inconsciente coletivo, de que o Judiciário baiano está entregue aos cachorros
mesmo, que nem o controle de zoonose não vai lá tirar”, destaca Arjones. Para
ele, a única linguagem que os gestores públicos vão entender “é a revolta do
povo”.
Com informações do Bahia Notícias
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