A frase mais
famosa do poeta gaúcho Mário Quintana talvez seja a seguinte: "Eles
passarão, eu passarinho",
que se refere ao golpe militar de uma lado, e, do outro, à sua atitude perante
esses acontecimentos. O poeta se manteve fiel a sua frase, pois suas duas
publicações mais importantes durante o regime militar, o Caderno H, e os Apontamentos de História
sobrenatural,se limitam a considerações
estéticas e outros temas insuspeitos
Mário Quintana, o genial poeta e escritor gaúcho, escreveu o “Poeminha do Contra” em 1978. Seus versos dizem:
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!
Esses versos de Mário
Quintana popularizou-se no Brasil, mas há impressão de que muita gente não o interpreta, ou não
querem, como um protesto do poeta gaúcho contra a ditadura militar.
Assim é que se registra na história política das artes e manhas que
Mário Quintana tentou se tornar imortal da Academia
Brasileira de Letras-ABL, por três vezes e perdeu todas: perdeu para Eduardo Portella,
ministro da educação do General Figueiredo, em um arranjo político, até
hoje, não muito bem explicado, depois perdeu para Arnaldo Niskier, que
posteriormente seria presidente da ABL e , finalmente, para Carlos Castelo
Branco , o Castelinho, este um grande jornalista, mas sem histórico de
escritor. O poeta desistiu definitivamente de tentar a cadeira na ABL, mesmo
com a garantia de unanimidade dos votos dos colegas.
O poeta gaúcho expôs sua
visão da academia com a seguinte declaração:
“só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro.”, disse, se referindo à forte politização nas indicações de escritores para a academia. Ainda em relação à ABL, ele declarou: “ A academia não convida. A gente é que tem de candidatar-se, solicitar votos pessoalmente, arranjar pistolões. Há gente que não dá para isso. Eu também não,” dando uma pista dos motivos da sua não indicação.
“só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro.”, disse, se referindo à forte politização nas indicações de escritores para a academia. Ainda em relação à ABL, ele declarou: “ A academia não convida. A gente é que tem de candidatar-se, solicitar votos pessoalmente, arranjar pistolões. Há gente que não dá para isso. Eu também não,” dando uma pista dos motivos da sua não indicação.
Assinale-se
que a Ditadura militar comandada por generais, coronéis e todos milicos fardados ou
não, obtusos intelectualmente, jamais
perdoou os intelectuais e poetas , a exemplo de Mário
Quintana, como aliás era de se esperar dos generais et caterva.
Somente
para ainda relembrar: os golpistas atravancaram toda a arte brasileira, desde o
trabalho poético de compositores de qualidade, como Chico
Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso (apenas para citar estes três), além de
escritores, poetas, jornalistas e toda
plêiade de artistas brasileiros que se submeteram aos psicopatas da censura
ditatorial.
Ficará
, pois, gravado na memória de todos os brasileiros estudiosos (ou não) os versos de Mário Quintana:
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!
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