A Ditadura Militar brasileira não
assassinou apenas os ex-presidentes da república Juscelino Kubistchek e João
Goulart . O ex-governador do Rio de Janeiro- Carlos Lacerda também está na lista de figuras políticas
importantes mortas pela ditadura. Os três foram figuras essenciais e fieis ao
regime. Lacerda foi um dos principais propagandistas do golpe; Juscelino e
Jango foram presidentes da República, ou seja, representavam diretamente o
regime. Mas para a direita não basta derramar rios de dinheiro
nas mãos das empreiteiras como fez JK, ou abrir mão do governo como fez Jango,
e muito menos colocar os militares no poder para depois voltar-se contra eles
como fez Carlos Lacerda.
A morte de João Goulart também é
investigada pela Comissão da Verdade. Seu corpo foi recentemente exumado e
agora aguardam a execução de autópsia para consolidar a causa da morte. Goulart
morreu durante o exílio na cidade de Mercedes, na Argentina. De acordo com o
laudo oficial, o presidente deposto pelo golpe sofreu um ataque cardíaco,
mas há fortes indícios de que na realidade seus remédios teriam sido trocados.
No caso de Lacerda a situação é ainda
mais assombrosa, porque homem alinhado com os militares, considerado o civil
por detrás do golpe, pagou com a vida por ter se aliado com JK e Jango na
Frente Ampla de 1966. Foi cassado em 1968 e morreu em abril de 1977, quatro
meses depois de Jango e oito meses depois de JK.
A cada dia se torna mais inegável a relação
de todas essas mortes e de outras lideranças políticas na América Latina com a
tentativa de conter o caráter revolucionário da crise das ditaduras locais.
Todas relacionadas com a chamada Operação Condor.
A Operação Condor foi uma aliança
político-militar entre governos ditatoriais do Brasil, Argentina, Chile,
Bolívia Paraguai e Uruguai, que estendia a ação dos militares numa espécie de
repressão conjunta, agindo contra exilados, torturando e assassinando milhares
de pessoas. Estima-se que mais 100 mil pessoas foram mortas e outras 400 mil
torturadas.
A conclusão da Comissão da Verdade de
São Paulo sobre a morte de JK deve se repetir para outros casos. Se houve
assassinato houve homicídio, crime. No entanto, a Comissão da Verdade, propõe
mudar apenas uma parte da história, já que não prevê julgamento daqueles que
efetivamente são os responsáveis pela morte dos ex-presidentes e de milhares de pessoas. A história vai
sendo refeita. Sem corrigir os erros do passado.
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!