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A ditadura militar assassinou JK, Jango e Carlos Lacerda

3/14/2014



A Ditadura Militar brasileira não assassinou apenas os ex-presidentes da república Juscelino Kubistchek e João Goulart . O ex-governador do Rio de Janeiro- Carlos Lacerda  também está na lista de figuras políticas importantes mortas pela ditadura. Os três foram figuras essenciais e fieis ao regime. Lacerda foi um dos principais propagandistas do golpe; Juscelino e Jango foram presidentes da República, ou seja, representavam diretamente o regime. Mas para a direita não basta derramar rios de dinheiro nas mãos das empreiteiras como fez JK, ou abrir mão do governo como fez Jango, e muito menos colocar os militares no poder para depois voltar-se contra eles como fez Carlos Lacerda.

A morte de João Goulart também é investigada pela Comissão da Verdade. Seu corpo foi recentemente exumado e agora aguardam a execução de autópsia para consolidar a causa da morte. Goulart morreu durante o exílio na cidade de Mercedes, na Argentina. De acordo com o laudo oficial, o presidente deposto pelo golpe sofreu um ataque cardíaco, mas há fortes indícios de que na realidade seus remédios teriam sido trocados.

No caso de Lacerda a situação é ainda mais assombrosa, porque homem alinhado com os militares, considerado o civil por detrás do golpe, pagou com a vida por ter se aliado com JK e Jango na Frente Ampla de 1966. Foi cassado em 1968 e morreu em abril de 1977, quatro meses depois de Jango e oito meses depois de JK.


A cada dia se torna mais inegável a relação de todas essas mortes e de outras lideranças políticas na América Latina com a tentativa de conter o caráter revolucionário da crise das ditaduras locais. Todas relacionadas com a chamada Operação Condor.

A Operação Condor foi uma aliança político-militar entre governos ditatoriais do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia Paraguai e Uruguai, que estendia a ação dos militares numa espécie de repressão conjunta, agindo contra exilados, torturando e assassinando milhares de pessoas. Estima-se que mais 100 mil pessoas foram mortas e outras 400 mil torturadas.

A conclusão da Comissão da Verdade de São Paulo sobre a morte de JK deve se repetir para outros casos. Se houve assassinato houve homicídio, crime. No entanto, a Comissão da Verdade, propõe mudar apenas uma parte da história, já que não prevê julgamento daqueles que efetivamente são os responsáveis pela morte dos ex-presidentes e de milhares de pessoas. A história vai sendo refeita. Sem corrigir os erros do passado.

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