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O que é ser politizado?

7/15/2014

Seleção dos jornalistas reacionários: Ali Kamel,  Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes: Eliane Catanhede, Raquel Scherazade e Arnaldo Jabor,  Merval Pereira,  Miriam Leitão, Ricardo Setti e Ricardo Noblat

Na minha opinião, milhares de cidadãos brasileiros não são politizados. A causa disso é cultural e histórica. Não vamos, aliás, nos tornar politizados de uma hora para outra. A consciência é um sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior.
Muitos ainda acreditam que “ser politizado” é vociferar de qualquer jeito “contra a corrupção e pela segurança, saúde e educação”, desejar que alguns políticos sejam substituídos por outros e cair na lábia de um doutrinador de rebanhos.

Mas politização não é isso. É outra coisa.

Politização é reivindicar saúde, educação, transporte etc. idealizando como serão a saúde, a educação, o transporte público etc. que atenderão melhor aos anseios da população. É abraçar todas as bandeiras políticas que visem a mudança radical da ordem sociocultural, econômica e política vigente, ao invés da conservação ou mesmo agravamento dos problemas atuais. É conhecer a fundo cada um dos problemas coletivos aos quais você se atenta, tomando (cons)ciência das causas e origens deles.
É debater popularmente como será possível resolver cada problema, e ter ciência de que essa resolução vai atrair adversários, ou mesmo inimigos declarados, que querem a manutenção e perpetuação da exploração do ser humano. É começar a agir por conta própria em sua comunidade, em sua escola ou universidade, em seu trabalho etc,  discutindo política e sociedade com quem está aberto para novos conhecimentos, e também organizando coletivos de ação política.
É também rejeitar que pessoas interesseiras e oportunistas, os sabidórios de sempre que ativam uma lavagem cerebral na classe média e se apropriam de sua consciência, fazendo com que você culpe um único partido e algumas pessoas específicas pelos problemas sociopolíticos existentes e fazendo-lhe esquecer de que a iniquidade política é um problema de mais de um partido político, principalmente os partidos que são apoiados pelos reacionários.
Politizar-se não é compor manadas submissas aos ditames e pregações de um ou mais formadores de opinião, de jornais e revistas inimigos do povo  humilde, cujos redatores defendem a classe dominante e exploradora.
Politizar-se é pensar por conta própria e rejeitar a submissão a líderes e oradores da direita. É questionar autoridades, instituições e tradições. É, em suma, adquirir conhecimento  e educação política.

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