No primeiro debate entre os presidenciáveis, transmitido pela TV Band na
terça-feira, alguns temas polêmicos e intensamente discutidos na sociedade
ficaram à margem dos discursos dos três candidatos que lideram a disputa.
Llistamos alguns assuntos que receberam pouca ou nenhuma atenção de
Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).
Desmilitarização
das polícias
Defendida por militantes de direitos humanos, medida não foi mencionada
pelos três candidatos.
Guerra ao
tráfico e legalização da maconha
Somente a candidata do PSOL, Luciana Genro, tratou explicitamente dos
dois temas, ao pregar uma revisão das políticas atuais em vigor. Ela defendeu
descriminalizar o consumo da maconha e trocar o enfoque da repressão ao
narcotráfico pela discussão aberta da questão das drogas com a sociedade.
Já Pastor Everaldo, do PSC, disse ser contrário à legalização das
drogas.
Os três principais candidatos não trataram do tema.
Legalização do
aborto
Único dos três principais presidenciáveis instado a se posicionar sobre
o tema, Aécio Neves disse ser contrário à alteração da legislação em vigor, que
prevê a possibilidade de aborto apenas em casos excepcionais - se a gravidez
oferece risco à mulher, for resultado de um estupro ou se o feto for
anencefálico.
Eduardo Jorge, do PV, disse ser favorável à legalização do aborto,
enquanto Pastor Everaldo, do PSC, afirmou ser contra.
Casamento gay e
direitos LGBT
Os três principais candidatos não trataram do tema.
Luciana Genro (PSOL) criticou Pastor Everaldo (PSC) pela atuação dele no
Congresso para barrar iniciativa contra a discriminação sexual nas escolas.
O candidato do PSC defendeu que o casamento só seja permitido
"entre homem e mulher".
Cotas raciais
Tema não foi tratado por nenhum candidato no debate.
Redução da
maioridade penal
Somente Pastor Everaldo (PSC) e Levy
Fidelix (PRTB) se posicionaram sobre o tema, ambos favoravelmente à medida.
Reforma agrária
Apenas Luciana Genro (PSOL) abordou a questão, defendendo a medida.
Política
externa
Única menção direta ao tema ocorreu quando Pastor Everaldo (PSC)
questionou Dilma sobre financiamento do governo brasileiro à construção de um
porto em Cuba e seus laços com o governo cubano (que ele chamou de
"ditadura cubana"). A presidente disse que o financiamento favoreceu empresas
brasileiras e gerará benefícios ao Brasil.
Primeira Página-BBC
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