
Nos dois blocos em que jornalistas faziam perguntas para candidatos e escolhiam alguém para comentar, a primeira escolhida foi a presidente, com comentário de Marina. E, em seguida, era pedida uma resposta de Marina, com comentários de Dilma. Em meio à polarização entre as duas líderes das pesquisas, coube ao candidato tucano Aécio Neves debater a maior parte do tempo com os chamados "nanicos".
O primeiro questionamento
de Dilma à Marina, que foi também a primeira pergunta do debate, foi sobre os
recursos para cumprir suas promessas. “De onde a senhora vai tirar verba para
cumprir 140 bilhões de reais em promessas?”, questionou a presidenta. Na
resposta, Marina Silva lembrou do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo no
último mês de agosto.
“Serão cumpridos a partir dos esforços para que o País volte a ter
eficiência nos gastos públicos. A sociedade paga muito alto para que as coisas
sejam mal feitas, como dizia Eduardo Campos”, disse Marina. A resposta levou
Dilma a endurecer na tréplica. “Quero dizer que a senhora falou, falou, mas não
disse de onde vai vir o dinheiro. O montante prometido pela senhora equivale a
quase tudo que se gasta com saúde e educação hoje”, retrucou.
O embate entre as duas continuou nos outros blocos. Na sua vez,
Marina Silva pressionou Dilma por conta do alto número de famílias endividadas
no País. A presidenta respondeu, mas aproveitou para cutucar Marina sobre
“contradição” no discurso da rival, que promete fazer uma “nova política”.
“Marina, nós tiramos 32
milhões de pessoas da pobreza. Levamos 40 milhões de pessoas para a classe
média. Há contradições sim entre querer politica econômica de arrocho salarial
e a o mesmo tempo defender conquistas sociais. Sem negociação, a senhora não
consegue aprovar grandes interesses do Brasil. Ganhei muitas [batalhas] e perdi
algumas. Sem apoio no Congresso, não é possível [governar]”, criticou Dilma.
Marina ironizou a
resposta. “A presidente Dilma tem dificuldade em reconhecer erros.
Defendo, sim, a autonomia do Banco Central. Por isso. É preciso
institucionalizar a política econômica. E não manter essa postura de dizer que
esta tudo colorido”, afirmou a ex-ministra.
Pré-sal
Em pergunta direta à candidata Marina Silva, Dilma Rousseff questionou por que ela despreza a Petrobrás, uma empresa “invejada” no mundo inteiro. Em sua defesa, a ex-senadora declarou que não despreza a estatal, mas que aposta em políticas para além do pré-sal. “Não podemos ficar onde a bola está, precisamos ir para onde a bola vai estar. O Brasil tem energia eólica negligenciada pelo governo”, respondeu a candidata do PSB.
“O
pré-sal é um dos maiores patrimônios do povo, existem outras energias, mas ele
está aí e deve ser explorado. Com o pré-sal poderemos investir mais em creches
e educação, só com o pré-sal teremos mais de R$ 1 trilhão. Não há contradição
entre uma e outra (petróleo e eólica). O Brasil explorou energia eólica,
seremos o segundo maior exportador”, disse a presidente Dilma Rousseff.
Aborto
Em resposta ao jornalista
Patrick Santos, da Jovem Pan, Eduardo Jorge defendeu o direito da mulher ao
aborto. "Quando eu era deputado, fui o deputado que apresentou o projeto
de legalização e regulamentação [da prática]. Fui o primeiro a discutir que
mulheres que interrompem a gravidez não poderiam ser consideradas criminosas. A
lei que revoga essa lei cruel e reacionária é de minha autoria".
Em seguida, Marina respondeu: “Quando entrei no PV, pedi que se
fizesse cláusula de consciência em relação a alguns temas que eu pessoalmente
não defendo, como a questão do aborto. O que eu defendo é que esse debate seja
feito com cuidado e responsabilidade. Não é fácil, pois envolve questões
éticas, morais e filosóficas. Em vez de discutir o mérito, vai para o rótulo.
Eu não satanizo ninguém que defenda a legalização das drogas ou o aborto. O que
eu quero é, através de um plebiscito, chegar a uma conclusão sobre esses
temas.”
Nos
agradecimentos finais, Pastor Everaldo, como fez em outras vezes, usou seus
agradecimentos finais para se colocar contrário ao tema, dizendo que não
precisa "nem de plebiscito", em referência à fala de sua colega
evangélica.
Ao
final do programa, os candidatos podiam escolher se iam ou não ao encontro dos
jornalistas, que assistiram ao debate de um estúdio ao lado. O único que passou
por lá foi Aécio Neves, que atacou Dilma e Marina e falou que "quando a
razão voltar" ele irá ao segundo turno.
2 comentários:
Aécio virou cabo eleitoral da Marina. e Dilma venceu o debate do SBT
2/9/14 10:30Quero ver ela vencer é a eleição,aí o buraco é mais embaixo!
2/9/14 10:58Postar um comentário
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