Colunista do Globo, Merval Pereira faz malabarismos retóricos para sustentar o golpe contra a presidente Dilma Rousseff, a despeito do fato da UTC ter doado mais a Aécio Neves (PSDB-MG) do que a ela; Merval diz que os R$ 8,7 milhões transferidos ao tucano só poderiam garantir "simpatia" à UTC, enquanto o dinheiro doado ao PT seria fruto de roubo; o colunista global também afirmou que as propinas pagas ao TCU não invalidam o trabalho dos técnicos sobre as chamadas 'pedaladas fiscais'; por fim, ele também aliviou a barra de dois próceres da oposição: o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG)
A coluna do
jornalista Merval Pereira neste domingo no Globo, chamada "Confusão
Proposital", mereceria o título "Um culto à hipocrisia". Isso
porque Merval faz malabarismos retóricos para defender o golpe contra a
presidente Dilma Rousseff, depois que o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC
Engenharia, afirmou ter doado R$ 7,5 milhões à campanha presidencial petista em
2014.
Eis o que diz
Merval sobre o fato de a UTC ter doado R$ 8,7 milhões, ou seja, R$ 1,2 milhão a
mais para Aécio:
"Não tem a
menor importância que a UTC tenha doado milhões de reais para a campanha de
Aécio Neves a presidente. É claro que o interesse nesse caso era o de garantir
simpatia, caso a oposição vencesse as eleições."
Sobre a descoberta
de que o Tribunal de Contas da União, que tenta constranger Dilma no caso das
'pedaladas', vende seus pareceres, Merval também foi generoso:
"Ora, mesmo
que se prove verdadeira a acusação, ela não invalida o trabalho dos técnicos do
TCU sobre as contas do governo Dilma, nem tem o condão de desfazer as
'pedaladas' fiscais e os crimes contra o Orçamento realmente praticados".
Merval também passa
a mão na cabeça do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), acusado de receber R$ 200
mil em dinheiro, no caixa dois, e outros R$ 300 mil declarados:
"Como Aloysio,
na ocasião das doações, tinha nas pesquisas 2% das intenções de votos e estava
em sétimo lugar nas pesquisas para senador em São Paulo, candidato por um
partido de oposição, as doações certamente só poderiam ser feitas por
amizade".
Merval faz questão
de não se lembrar que, em 2010, Aloysio era um dos mais fiéis aliados de José
Serra, que concorreu à presidência da República, e também tinha forte
influência sobre a prefeitura de São Paulo, na gestão de Gilberto Kassab. Mas,
claro, a UTC só doou R$ 500 mil a ele – R$ 300 mil por dentro e R$ 200 mil por
fora – por "amizade".
Por último, Merval
limpa a barra até do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), acusado de receber R$ 150
mil para ajudar a encerrar uma CPI da Petrobras. Caso isso tenha ocorrido, diz
Merval, ele terá sido um "otário", uma vez que o ex-presidente do
PSDB, Sergio Guerra, cobrou R$ 10 milhões para o mesmo fim.
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