O axé surgiu
na Bahia por volta de 1980, em manifestações carnavalescas, numa mistura de
frevo pernambucano, ritmos afro-brasileiros, reggae, merengue e ritmos latinos.
A música que a principio tinha como propósito motivar o público que perseguia
os trio-elétricos, terminou se transformando em um gênero próprio.
No inicio de
1990, com o impulso dado pela mídia, o Axé ganhou o território nacional. As
primeiras bandas e músicos dessa fase ocupavam uma posição digna entre as
classes musicais, pois as músicas eram trabalhadas, continham melodias, ritmo e
harmonia. Por exemplo, Daniela Mercury, entre outros nomes produziram em suas
carreiras músicas de Axé de qualidade.
Entretanto, o
gênero foi dominado por bandas que não tinham outro intuito senão alavancar uma
coreografia através de uma canção que quase sempre sugeria “duplo sentido” de
caráter sexual. “É o Tchan” e Chiclete com Banana, os criadores dessa
continuação da fase de sucesso de Axé, trouxeram consigo uma enxurrada de
bandas “axezeiros”, que encheram os ouvidos dos brasileiros de: “Dança/Melô”,
“Vai mainha”, “sacode/balança”, “Isso
neguinha/loirinha/ruivinha/moreninha/japonesinha”, “lá em Salvador”, “painho,
como é bom!!! Juntinho, isso!”, “Passa a mão na”, “Segura o(a)”, “Vai descendo
a”, “Agora sobe!!!! Tá gostoso!!!!! Vai mainha, sacode/balança, a”, etc.
Tendo em
vista que os axezeiros não sabem tocar instrumentos como violinos, saxofone e
clarineta restam apenas poucos instrumentos para eles, a guitarra eletrônica e
um pandeiro (e esporádicamente um berimbau e muitos tambores).
As composições das letras das músicas são como uma ordem para o ouvinte, dos
movimentos que ele deve fazer ou alguma frase/expressão de duplo sentido,
claro, insinuando o lado sexual.
O grupo
geralmente era formado por um ou dois vocalistas e várias dançarinas, nem sempre
bonitas, mas sempre com a bunda grande – boa parte da idolatria descomunal que
temos hoje referente a celebridade “vazias” tais como as panicats vem dessa
cultura que foi criada pela onda Carla Perez e companhia ltda.
No ano 2005
em diante, o Axé perdeu a força consideravelmente e as suas principais
representantes da época, Ivete e Cláudia Leitte, começaram a investir em um
estilo mais pop – rock do que em axé. Atualmente temos bandas e cantores que
continuam seguindo no puro axé music, como o Parangolé ( que tem músicas
semelhantes ao ato de jogar merda no ventilador) e aqueles que alternam entre o
pop rock e o axé ( esse ultimo só aparece quando está perto do carnaval) como é
o caso da “pé-no-saco” da Ivete e da Claudia Leitte. Infelizmente, para os nossos
ouvidos, o gênero, de gosto duvidoso, ainda resiste as mudanças do cenário musical. Aliás, música precisa ter melodia, letra e harmonia e nada disso o axé "music" tem nos tempos atuais.
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