Bolsa Família na mira dos neoliberais

O drástico arrocho, que visa garantir as metas do superávit primário –
nome fictício da reserva de caixa para pagar juros aos banqueiros — representa
uma redução de 35% nos R$ 28,2 bilhões que já estavam previstos pelo governo.
O relatório final, que penaliza milhões de famílias que necessitam do
auxílio e beneficia uma minoria de rentistas, será apresentado na próxima
terça-feira (15) e deve ser votado pela comissão já no dia seguinte.
“Estudei muito o Bolsa Família e posso afirmar que há espaço para esse
corte sem prejudicar nenhum brasileiro que precise do programa”, disse o
parlamentar em coletiva para a imprensa.
Para ele, que repete a cantilena dos banqueiros e dos neoliberais
nativos, “o fundamental é manter o equilíbrio fiscal”. O governo federal,
através do Ministério do Desenvolvimento Social, já alertou sobre os efeitos
nocivos deste corte.
Segundo estudos, ele retirará do programa 23 milhões de pessoas, das
quais 8 milhões recairiam na pobreza extrema. Do total afetado, a pasta estima
que 11 milhões sejam menores de idade e, desse montante, 3,7 milhões voltariam
à miséria.
Apesar destes dados assustadores, as bancadas do PSDB, DEM e PPS já
sinalizaram que votarão favoravelmente ao relatório de Ricardo Barros.
Os tucanos, por exemplo, nunca esconderam a sua rejeição elitista a este
programa de transferência de renda. Em 2006, o então senador Arthur Virgílio –
hoje prefeito de Manaus – chegou a afirmar que o Bolsa Família era uma “esmola
eleitoreira”.
Em 2011, seu colega de bancada, o senador paranaense Álvaro Dias,
declarou que o programa “não tira ninguém da miséria” e “estimula a preguiça”.
Na campanha eleitoral do ano passado, o cambaleante Aécio Neves preferiu
esconder essa posição elitista, temendo perder votos.
Oportunista, o presidenciável derrotado do PSDB até propôs o reajuste do
benefício.
Agora, para desgastar o governo Dilma, em especial num momento de
dificuldades econômicos, os rentistas e os seus representantes no parlamento
têm mais um motivo para atacar o Bolsa Família, um programa reconhecido mundialmente
por retirar milhões de pessoas da miséria.
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