Desde estudante da prestigiada Escolas Reunidas César Zama, em Xiquexique, em meados dos anos 60, sempre ouvi a conversa de que quem estuda muito fica lelé da cuca, fraco do juízo, doido de pedra.
É certo que em nossa cultura esse mito tem força extraordinária. É muito comum se associar estudo e loucura como se um puxasse o outro naturalmente.
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Por falar nisso, é costume de muitos recorrerem ao exemplo de uns poucos que venceram na vida sem estudar, evidenciando-se, nomeadamente, o medo que se tem da loucura, quando se deveria ter o prazer de descobertas que jamais seriam realizadas sem a aquisição de conhecimento pelo método formal. Ouso até a acreditar que a erudição excessiva mata a imaginação e atulha o cérebro em face da vastidão de pormenores, talvez pincelados com tintas indeléveis.
Demais disso, apenas para não perder aqui o fio da coerência tabelada e oficial, procuro ser criativo ao lembrar do célebre provérbio que ainda mostra ao mundo que “de médico, poeta e louco todos nós temos um pouco”.
A propósito, indico aos homens e mulheres de boa vontade a leitura de "O Alienista” de Machado de Assis antes que algum aventureiro me arrebate o trono, o cetro e a coroa para colocar-me no tronco da Gaia Ciência, uma vez que estou a escrever esta matéria, como antigo adepto e seguidor do Dr. Simão Bacamarte, seja dito de passagem.
Nilson Machado de Azevedo
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