O ex-presidente da república Luiz Inácio
Lula da Silva perdeu nesta quarta-feira
sua principal chance de evitar a prisão antes das eleições. Por 6 a 5, a
maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negou habeas corpus pedido pelo
petista que visava evitar que sua pena de 12 anos e um mês de
detenção, começasse a ser cumprida sem que se esgotassem todos os recursos ainda
disponíveis na Justiça brasileira. Com essa decisão, o futuro do ex-presidente
e líder nas pesquisas de opinião para a votação presidencial fica, por ora,
pendurado por um prazo do último recurso no Tribunal Regional Federal 4
(TRF-4), em Porto Alegre, previsto para ser decidido nas próximas semanas. Lula
não se pronunciou e o PT lançou nota classificando esse 4 de abril de 2018 como
"um dia trágico para a democracia brasileira”.
Lula assistiu ao julgamento
do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, seu berço político.
Estava acompanhado de apoiadores, militantes e da ex-presidente Dilma Rousseff
numa mobilização que não chegou a ser massiva. Já noite avançada, Lula resolveu se
recolher. Além do clima de indignação que se espalhou pelas redes simpáticas ao
partido, o clima no PT era um só: a determinação de manter a pré-candidatura de
Lula à presidência até onde for possível.
A argumentação é que,
tecnicamente, nem mesmo a agora provável prisão do ex-presidente impediria que ele siga se
postulando à presidência. Respaldado pelas pesquisas, que mostram o
petista em primeiro lugar em todos os cenários, o partido seguirá em silêncio,
pelo menos oficialmente, sobre um possível plano B, caso a candidatura de seu
maior líder seja legalmente impedida com base na Lei da Ficha Limpa. O apelo
para esse rumo não é desprezível: o último levantamento do instituto Datafolha,
de janeiro, mostrava o petista com 36% das intenções de voto.
Somente Lula poderia
tomar a decisão de desistir de sua candidatura. Ou seja, se depender do PT,
tudo fica como está, “mesmo que ele seja preso”. Diante da possibilidade de um
pedido de prisão iminente, as caravanas que o Partido dos
Trabalhadores vinha realizando desde o ano passado pelo Brasil podem
ser suspensas. Outra possibilidade que não está descartada é a de o
ex-presidente se entregar, quando sair a determinação da prisão, evitando
assim, uma operação da Polícia Federal para levá-lo à prisão.
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