Juram os céticos que a praga lançada e aspergida sobre
Xiquexique pelo padre Francisco Sampaio, no limiar do século XX, jamais será
remida ou exorcizada.
A praga que até hoje ecoa, misteriosamente, desde a
Ilha do Miradouro até o acesso da Vila de Santo Inácio no Portal da Serra do
Assuruá, irradiando a maldição já conhecidíssima, ad nauseam, por
gerações e gerações de xiquexiquenses: “Terra maldita que
crescerá tal qual rabo de cavalo”. Dizem que nem reza de São Cipriano
da Capa Preta neutralizará os efeitos do epíteto deflagrado pelo vigário
indignamente ultrajado.
A nossa urbe barranqueira está, ano após ano, a clamar um
compromisso de todos os seus cidadãos que depositaram seus votos, repletos de
esperanças alvissareiras, nos dirigentes do município, objetivando retirar das
pranchetas burocráticas o desenho do desenvolvimento de que a séculos necessitamos, até mesmo no que se refere à agressiva paisagem que contorna a Ipueira,
legado da enchente de 1979-1980 e da ditadura militar, que até hoje obstaculiza
a visão romântica do ocaso do sol em pinceladas de rosicler desde a beira da
Ipueira.
Se preciso for, prometo que estarei no final da avenida J. J. Seabra, bem em frente ao Colégio
Senhor do Bonfim, dirigindo uma
retroescavadeira até à Praça Dom Máximo para desenterrar a famigerada caveira
de burro que está enterrada no anfiteatro que se distingue na paisagem da
bucólica Praça.
Na alvorada desse dia, quando o sol der início ao seu brilho
ardente na orla do Parque Aquático Ponta das Pedras, vamos todos à Igreja
Matriz do Senhor do Bonfim, em procissão, cantando salmos e benditos, para
fazer penitência e orar pela alma do Padre Francisco Sampaio e com a sua
intercessão, rogaremos ao Padroeiro que uma brisa de perdão e civilização
volte a dar um sopro de alento e paire sobre a cidade.
Nilson Machado de Azevedo
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