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A PRAGA DO PADRE CHICÃO

10/30/2018


Juram os céticos que a praga lançada e aspergida sobre Xiquexique pelo padre Francisco Sampaio, no limiar do século XX, jamais será remida ou exorcizada. 


A praga que  até hoje ecoa, misteriosamente, desde a Ilha do Miradouro até o acesso da Vila de Santo Inácio no Portal da Serra do Assuruá, irradiando a maldição já conhecidíssima, ad nauseam, por gerações e gerações de  xiquexiquenses: “Terra maldita que crescerá tal qual rabo de cavalo. Dizem que nem reza de São Cipriano da Capa Preta neutralizará os efeitos do epíteto deflagrado pelo vigário indignamente ultrajado.

Não participo do rol dos pessimistas. Creio que o perdão emergirá das mesmas águas são-franciscanas aonde os antigos coronéis e seus sequazes fizeram embarcar, compulsoriamente, na marra mesmo, o padre Chicão a bordo da lendária canoa furada.

Interessa-me saber, no entanto, quem enterrou uma caveira de burro na Praça Dom Máximo, no meio do jardim,  a fim de  aplicar, sumariamente,  ao malévolo autor ou autores a pena de excomunhão, prevista no Código Canônico quando buscaremos convencer às nossas lideranças políticas o enfrentamento e as soluções, com os espíritos desarmados, uma vez que se multiplicam os enormes desafios que se lhes apresentaram  nestes tempos pós-modernos do ano de 2018.


A nossa urbe barranqueira está, ano após ano, a clamar um compromisso de todos os seus cidadãos que depositaram seus votos, repletos de esperanças alvissareiras, nos dirigentes do município, objetivando retirar das pranchetas burocráticas o desenho do desenvolvimento de que a séculos necessitamos, até mesmo no que se refere à agressiva paisagem que contorna a Ipueira, legado da enchente de 1979-1980 e da  ditadura militar, que até hoje  obstaculiza a visão romântica do ocaso do sol em pinceladas de rosicler desde a beira da Ipueira.


Se preciso for, prometo que estarei no final da  avenida J. J. Seabra, bem em frente ao Colégio Senhor do Bonfim,  dirigindo uma retroescavadeira até à Praça Dom Máximo para desenterrar a famigerada caveira de burro que está enterrada no anfiteatro que se distingue  na paisagem da bucólica Praça. 


Na alvorada desse dia, quando o sol der início ao seu brilho ardente na orla do Parque Aquático Ponta das Pedras, vamos todos  à Igreja Matriz do Senhor do Bonfim, em procissão, cantando salmos e benditos, para fazer penitência e orar pela alma do Padre Francisco Sampaio e com a sua intercessão, rogaremos ao Padroeiro que uma brisa de perdão e  civilização  volte a dar um  sopro de alento e paire  sobre a cidade.


Nilson Machado de Azevedo

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