O
depoimento de João de Deus, 76, na noite de domingo, em Goiânia, teve uma
sequência de imprevistos que deixou os investigadores desconfiados. Na
hora de o médium falar, segundo os presentes, o computador usado para registrar
as alegações do preso parecia ter vida própria. “Você apertava uma tecla e ela
OOOOOOOOO...”, descreveu a delegada Karla Fernandes, coordenadora da
força-tarefa.
Estava
calor, e a própria delegada resolveu usar uma extensão para ligar o
ar-condicionado. Segundo relata a investigadora, o fio explodiu e, de quebra,
queimou o frigobar. “Todo mundo gritou dentro da sala”.
A
oitiva com o médium estava marcada para ocorrer em Anápolis, cidade próxima à
capital goiana, mas um imprevisto tirou o escrivão de circulação. Ele foi
atropelado na BR-060, a caminho da delegacia, e quebrou o braço. O depoimento
foi transferido para Goiânia. Foi possível domar o teclado, todos se
recuperaram do susto e o interrogatório fluiu por mais de duas horas. Para a
delegada, os episódios podem não ser só obra do acaso. “Estamos diante de uma
situação que envolve crenças e energias”, reconhece ela, que se diz
“espiritualizada”.
Questionada
se estava com medo, disse: “Não, mas tenho respeito”. Ela classifica João de
Deus como um homem que tem, de fato, “um poder”. “Mas houve um desvio no meio
do caminho”, disse a delegada.
O
líder espiritual está em uma cela de 16 metros quadrados no Núcleo de Custódia
do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Ele dormiu com outros três
presos e comeu pão com manteiga e achocolatado na manhã de ontem.
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