O governo tem como porta-voz um
general três estrelas da ativa, Otávio Santana do Rêgo Barros, que até aqui era
chefe da Comunicação Social do Exército.
Com o general Barros, já são sete os
ministros militares, além de dois no comando de estatais.
Nem mesmo nos governos da ditadura militar se viu tantos fardados no Palácio do Planalto.
Diante deste protagonismo dos
militares, Carlos Alberto dos Santos Cruz, também ele um general, ministro da
Secretaria de Governo, disse não ver “vantagem nem desvantagem” numa
administração com tantos servidores das Forças Armadas.
“Não vejo nada de especial no papel dos
militares, não tem nada de especial por ser militar e ter uma função
diferente”.
Santos Cruz tem razão quando diz que
estes militares têm características como “honestidade, dedicação e
integridade”, além de excelente formação profissional, algo que não se pode
dizer da maioria dos ministros civis nomeados por Bolsonaro.
Tendo à frente um capitão reformado aos
33 anos que, depois de enfrentar problemas no Exército, virou deputado
profissional, este híbrido governo civil-militar estava mesmo precisando de um
porta-voz, não necessariamente um general para botar ordem na casa.
Mais do que isso, porém, o governo
precisa definir uma política de comunicação civilizada para orientar o
relacionamento com a sociedade, a imprensa e os profissionais da área.
Por experiência própria, sei que o desafio
não é pequeno para conciliar os interesses do governo e dos jornalistas sempre
em busca de novidades sobre o que está acontecendo no poder.
Pelas suas primeiras declarações, no
entanto, o general porta-voz pretende priorizar a “nova mídia” formada pelas
redes sociais do bolsonarismo, como o próprio presidente tem feito, sob a
orientação do seu filho Carlos, que ele chama de “meu pitbull”.
Kotsccho-Jornalista pela Democracia
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