24 MILHÕES DE BRASILEIROS ESTÃO SEM MÉDICOS
Após serem ameaçados de expulsão pelo presidente Jair Messias Bolsonaro (PSL), os 8.553 profissionais cubanos do Programa Mais Médicos, que
atuavam nas regiões mais pobres e necessitadas do Brasil, retornaram a Cuba por
determinação do Ministério da Saúde Pública da ilha cubana.
O fim da cooperação entre
Cuba e o governo brasileiro, provocado pela política de ódio, prejudicou
milhões de brasileiros pobres em mais de 600 municípios, muitos dos quais só
contavam com os médicos cubanos para atender à população.
Dessa forma, populações
indígenas, quilombolas, ribeirinhos da Amazônia, moradores do semiárido
nordestino e das periferias das grandes e médias cidades do país ficaram sem
assistência médica, uma vez que muitos profissionais médicos brasileiros não
têm se disposto a trabalhar nessas áreas e com essas populações.
Como muitos médicos
brasileiros preferiram trabalhar nas grandes cidades e regiões metropolitanas,
as vagas disponíveis para as áreas mais afastadas passaram a ser ocupadas pelos
profissionais vindos de Cuba, que encaram a medicina não como um negócio, mas
como um serviço público.
O principal argumento que
levantavam contra os médicos cubanos era que eles não possuíam a qualificação
necessária para atender à população devido às diferenças na formação médica no
Brasil e em Cuba. Entretanto, segundo o próprio Ministério da Saúde, em seis
anos de cooperação, nenhum registro de erro médico foi feito contra os
profissionais cubanos que atuavam no Brasil. Ao contrário, os médicos cubanos
ficaram conhecidos por serem mais solidários, atenciosos e gentis com os
pacientes do que a maioria dos médicos brasileiros.
A presença desses
profissionais em nosso território, aliás, não é nova. Em 1988, vários médicos
vindos de Cuba trabalharam no Tocantins após o governo estadual ter firmado uma
parceria com o governo cubano para oferecer atendimento médico nas regiões onde
não se conseguia profissionais brasileiros.
Com o fim do Programa Mais Médicos e sem profissionais que atendam à população mais pobre, mais de
24 milhões de brasileiros ficarão sem assistência médica. Quantas mortes e
doenças curáveis voltarão a acontecer devido à ausência de médicos? Com certeza
não serão os mais ricos os principais prejudicados, mas os trabalhadores e suas
famílias, que não possuem condições financeiras de pagar por um tratamento em
instituições privadas e engrossarão as filas do SUS e os corredores dos
hospitais e postos de saúde à espera de um médico.
Resta-nos chorar pelo leite derramado.
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