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Dia da pendura

8/11/2015


 
 
 
Aviso aos donos de lanchonetes, bares e restaurantes: cuidado com o dia 11 de Agosto.

Mas 11 de agosto não é o dia do advogado? Isso não é motivo de comemoração? Para os estudantes de direito, decerto que sim. Já para donos de restaurantes... Para quem não sabe, dia 11 de agosto também é o Dia da Pendura.

A pendura é uma antiga tradição brasileira, que remonta ao Primeiro Império do Brasil (1822-1831). No dia 11 de agosto de 1827, passados três anos da promulgação da primeira Constituição Brasileira, Dom Pedro I criou os dois primeiros cursos de Direito no País: um em Olinda, no Mosteiro de São Bento, outro em São Paulo, no Largo São Francisco.

Tal data se tornou motivo de celebração, tamanha a notoriedade que tinham os estudantes de direito perante a sociedade na época. Comerciantes ofereciam-lhes, neste dia, refeição e bebida como cortesia. E eles, como forma de agradecimento, proferiam belos discursos aos frequentadores do estabelecimento.

Com o tempo, a tradição foi se perpetuando, e o que era uma cortesia passou a ser uma imposição. Como parte da “comemoração”, os estudantes resolveram simplesmente que não pagariam a conta do restaurante, de qualquer restaurante, convidado ou não. Tem gente que deu calote ou "espeto" no dia da pendura em centenas de reais (ou cruzeiros ou cruzados) em sofisticados restaurantes. E a "brincadeira" dura até hoje: no dia 11 de agosto, os estudantes de direito se reúnem, comem, bebem e não pagam. E ainda fazem um discurso para todo mundo ouvir. Alguns chegam a fazer isso durante a semana que antecede a data.

Passados quase duzentos anos do surgimento dos cursos jurídicos no Brasil, os estudantes de direito fazem questão de praticar rigorosamente a pendura. O detalhe é que atualmente existem mais de mil cursos de Direito em todo o País, e, portanto, um verdadeiro exército de caloteiros.

Proprietários de bares e restaurantes tentam se defender como podem, mas nem sempre as estratégias são eficazes. Há quem simplesmente não aceite o calote, incondicionalmente, e acaba chamando a Polícia, onde um acordo, na maioria das vezes, acaba sendo feito. Há também aqueles que procuram entrar em acordo, oferecendo belos descontos sobre os preços do cardápio. Outros estabelecimentos, ainda, criaram a chamada pendura social: os estudantes pagam pelo que consumiram, e esse dinheiro é inteiramente doado às instituições de caridade.

Comemoração para os estudantes de direito, terror para os donos de bares e restaurantes,  o único fato concreto é que a pendura gera muita discórdia que pode dar em cadeia, embora diferente da Lava-Jato.

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