Jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, critica as "obviedades" ditas pelo ministro da Fazenda, como a de que “teremos a recuperação da arrecadação assim que a economia retomar seu crescimento”; "Não diga, Ministro! Genial, acho que vão lançar sua candidatura ao Nobel de Economia", ironiza.
Por Fernando Brito, do Tijolaço
A falta de qualquer projeto econômico para o país senão o de cortar
“custos” (custos, leia-se, são aposentadorias, salários, educação, saúde, não
confunda com juros altos nem reajuste para os altos salários), o Ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, não faz jus à sua inteligência dizendo obviedades
como a que está aí acima, reproduzida do Estadão:
“Teremos a recuperação da arrecadação
assim que a economia retomar seu crescimento”
Não diga, Ministro! Genial, acho que vão lançar sua candidatura ao Nobel
de Economia, concorrendo com afirmações tautológicas como “nossos gastos vão
diminuir quando as despesas diminuírem” ou “a receita da empresa vai aumentar
quando as vendas aumentarem”.
Mas permita uma perguntinha ingênua, de quem não tem a sua sapiência:
quer dizer que se a arrecadação cresce quando a economia se recupera,
não será igualmente verdade que quando a arrecadação afunda é porque a economia
está afundando?
E quando a arrecadação afunda de forma muito forte não é sinal de que
porque a economia está desacelerando de forma intensa?
Vou dar um exemplo, bem básico. A produção de caminhões – um excelente
indicador do nível de atividade das empresas, num país onde o
transporte rodoviário é tudo, caíram 6,1% em agosto em relação
a julho e 24,3% frente agosto de 2015.
Ministro
Meirelles, o que está ficando claro, mesmo, é que se dependesse do senhor – e
não das cobranças públicas de Lula por redução de juros e estímulo à economia –
o tsunami não teria sido marolinha…
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