O medo de doenças e
enfermidades é campo aberto para assegurar a supremacia de vendas de medicamentos e seguros. No rol
dos medos explorados pelas propagandas na mídia e insuflados sobre os pobres
consumidores vale tudo. Toda a família e as suas gerações são envolvidas.
É claro e óbvio que temos de cuidar da saúde e nos prevenir de doenças e enfermidades, mas sem medo, pânico e fixação. Não fazer da exceção a regra. Cuidados alimentares saudáveis, condicionamento físico e atividades de relaxamento e meditação têm sido indicadas para ajudar a saúde física e mental. No entanto, não devemos nos envolver fácil, de imediato e sem maiores informações, por propagandas e aconselhamentos alarmistas e despropositados.
Sintomas benignos são muitas vezes identificados como sintomas que merecem cuidados. Uma simples dor de cabeça repetida, antes tratada com óleo de copaíba, pode ser facilmente transformada em, quem sabe, algum sinal de complicação no cérebro.
Doenças novas viram moda e geram pânico. Um exemplo típico: diarreia, antes suprimida com elixir paregórico ou um chá da vovó, hoje corre o risco de ser coisa mais séria, segundo a indústria, tipo insuficiência do pâncreas.
Mas isso só é pouco se comparado à enxurrada de propaganda de clínicas, medicamentos e alertas sobre a disfunção sexual dos homens e a frigidez das mulheres. Se hoje o homem quer se manter ereto e a mulher esfuziante, ambos têm de fazer uma série de exames, eventualmente passar por cirurgia, se encher de medicamentos e até fazer cursos de preparação para voltar bem à ativa. Coisa que antigamente bons bocados de amendoim, ovos de codorna ou doses de chá de catuaba resolviam solenemente.
Além do medo de que o medicamento tomado perca a efetividade mais cedo ou mais tarde; medo de que no futuro se contraia a doença tão temida – como fez Angelina Jolie ao retirar os seios com antecedência do surgimento de um possível câncer, na época inexistente. Medo do medo de não fazer nada. Medo de tudo.
Pois a indústria farmacêutica bem que se aproveita da indústria do medo para ampliar seu mercado. Com ela se amplia também o mercado das seguradoras. Ganha-se, portanto, milhões apenas apostando no medo.
É claro e óbvio que temos de cuidar da saúde e nos prevenir de doenças e enfermidades, mas sem medo, pânico e fixação. Não fazer da exceção a regra. Cuidados alimentares saudáveis, condicionamento físico e atividades de relaxamento e meditação têm sido indicadas para ajudar a saúde física e mental. No entanto, não devemos nos envolver fácil, de imediato e sem maiores informações, por propagandas e aconselhamentos alarmistas e despropositados.
Sintomas benignos são muitas vezes identificados como sintomas que merecem cuidados. Uma simples dor de cabeça repetida, antes tratada com óleo de copaíba, pode ser facilmente transformada em, quem sabe, algum sinal de complicação no cérebro.
Doenças novas viram moda e geram pânico. Um exemplo típico: diarreia, antes suprimida com elixir paregórico ou um chá da vovó, hoje corre o risco de ser coisa mais séria, segundo a indústria, tipo insuficiência do pâncreas.
Mas isso só é pouco se comparado à enxurrada de propaganda de clínicas, medicamentos e alertas sobre a disfunção sexual dos homens e a frigidez das mulheres. Se hoje o homem quer se manter ereto e a mulher esfuziante, ambos têm de fazer uma série de exames, eventualmente passar por cirurgia, se encher de medicamentos e até fazer cursos de preparação para voltar bem à ativa. Coisa que antigamente bons bocados de amendoim, ovos de codorna ou doses de chá de catuaba resolviam solenemente.
Além do medo de que o medicamento tomado perca a efetividade mais cedo ou mais tarde; medo de que no futuro se contraia a doença tão temida – como fez Angelina Jolie ao retirar os seios com antecedência do surgimento de um possível câncer, na época inexistente. Medo do medo de não fazer nada. Medo de tudo.
Pois a indústria farmacêutica bem que se aproveita da indústria do medo para ampliar seu mercado. Com ela se amplia também o mercado das seguradoras. Ganha-se, portanto, milhões apenas apostando no medo.
A literatura de cordel vai mais além e trata do tema de forma peculiar, como se vê nos versos abaixo, de autoria da poetisa paraibana Maria Nelcimá de Morais Santos:
A CURA DE OUTRORA
Antigamente meu povo
Na natureza se achava
Remédio pra todo mal
No mato se procurava
A nossa avó com cuidado
Com as raízes curava.
Eram raízes e folhas
Cascas e flores também
E tudo era preparado
Pronto pra fazer o bem
Tomado com muita fé
Era só dizer Amém.
Hortelã folha miúda
Na AFTA podia usar
Ou a alfazema braba
Você não vai duvidar
Os dois em forma de chá
Pra bochechar e tomar.
Na folha da pitangueira,
Também na forma de chá
Um remeidão pra AMEBA
Você pode acreditar
E também coroa de frade
Fazia ameba acabar.
Tinha chá de vassourinha
Pra sua BRONQUITE curar
Ipepaconha, agrião
Outros se podiam usar:
Mastruz com leite ou angico
Eucalipto e mangará.
Pra curar AMIGDALITE
Era chá de aroeira
Também cajueiro roxo
Nada disso era asneira
O que pra muitos era cura
Hoje pra uns é besteira.
CATARATA, eu alcancei,
Cenoura crua ralavam
Com o suco de limão
As pessoas colocavam
Nos olhos com muita fé
Dizendo que melhoravam.
COLESTEROL, muita gente
Oliveira roxa usava,
O chá da folha diziam
Com certeza se tomava
E suco de tamarindo
Que no terreiro encontrava.
Pra CALMANTE era mais fácil,
Muita coisa se ensinou
Tinha suco e também chá
Do maracujá se provou
Com folha da laranjeira
Muita gente se acalmou.
Pra história do CALO SECO
Você não vá se espantar
Água morna era boa
Com cebola pra esfregar,
Cebola branca e cenoura
Na água pra mergulhar.
Uma coisa interessante
Boa pra CÁLCULO RENAL:
Chá do rabo de raposa
Que era uma planta banal
E raiz da quebra pedra
Diziam também ser legal.
Para CÓLICAS NO FÍGADO:
Chá da folha do melão,
Melão de São Caetano
Não é o de comer não
Na região nordestina
Encontramos de montão.
E na CÓLICA MENSTRUAL
Que à mulher vem incomodar
É bom pra bem no período
Antes e depois usar
Hortelã, folha miúda
Ou botão de rosas, um chá.
Pra COCEIRA, meus amigos,
Que de Sarna hoje chama,
Fazer o chá da entrecasca
Do cajueiro era fama
E com folha do melão
São Caetano, não engana.
Sumo de alho picado:
Dizia-se pra DOR DE DENTE
Deixar no local doído
Usar nem frio nem quente
E assim curaram a dor
Do dente de muita gente.
Agora pra DOR DE OUVIDO:
Algodão umedecer
Com sumo do alho ou da folha
Manjericão e aquecer
Pra colocar no ouvido
Experimente pra ver.
Olha só, DOR DE CABEÇA
Se curava de montão
Erva cidreira, hortelã
Folha miúda, pois não,
Folha de mamão de corda
Tudo pra chá, meu irmão.
Pesquisei pra DIABETES
O que era de assombrar
Coalhada com um limão
Ensinavam pra tomar
Meio copo em jejum
E ninguém ia duvidar.
Para GASTRITE, meu povo
Uma eu vou lhe dizer
Era um remédio bem bom
E fácil de se fazer:
Suco de couve ou batata
Inglesa, pra entender.
O chá da folha da pinha
Era no ensinamento
Usado para HEMORRÓIDA
Mais um banho de assento
Duma baba de babosa
Quando houvesse sangramento.
E para aquele PIOLHO
Que nos vinha atormentar
Folha de arruda usavam
Para o cabelo lavar
Tinha que ser chá bem forte
Para o piolho matar.
Aqui eu vou encerrar,
Mas outros vou escrever
Aguarde o que vem depois
Não vá se surpreender
Na cultura popular
Tem muito o que a gente ver.
Eu pesquiso sempre, sempre
Para informação buscar
Quero mostrar pra vocês
Tudo o que eu encontrar
Com relação aos remédios
Eu sempre vou divulgar.
Não quero neste cordel
Incentivar o leitor
A desprezar a medicina
E não procurar um doutor,
Mas nossa sabedoria
Não esqueçamos, por favor.
2 comentários:
amei a postagem!
11/9/15 21:41Para o que serve a erva papaconha
10/7/16 17:44Postar um comentário
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